Para o atleta Edivando de Souza Cruz, que venceu a primeira etapa da Copa Internacional Powerbar Reebok de MTB, a competição já começou com ritmo muito forte. Para ela, a Copa é uma competição que tem reunido os melhores atletas do país.
A largada foi muito forte e alguns atletas conseguiram abrir uma pequena vantagem e eu vim andando com os 10 primeiros, sem perder o contato com o pessoal, mas confesso que foi um início de competição difícil e ali eu comecei a pegar o ritmo da prova, conta Edivando.
Aos poucos, ele foi alcançando pequenos pelotões que tinham de três a dois atletas. Faltando três voltas para o final, encostei no Marcelo que estava liderando a prova. Quando faltavam duas voltas para terminar, vi que tinha condições de largar dele e fui pro tudo ou nada, diz o atleta.
Final e vitória – Eu sabia que era uma competição que não tinha mais estratégia, não tinha o que pensar, o jeito era partir para o ataque e ver realmente o que ia dar. Eu consegui abrir uma boa vantagem que deu para administrar a prova legal, depois no final, explica Edivando.
Ele, que vinha em segundo com Renato Seabra, deixou o colega para trás. Deu para terminar bem e eu agradeço a Deus por essa vitória de hoje, correu tudo bem. A prova não é somente isso que a gente viu aqui hoje. Existe todo um trabalho, são semanas de treino. Praticamente desde que eu comecei a treinar em janeiro eu tenho pensado na Copa Internacional, revela o atleta.
Edivando diz que sabia da vitória, mesmo estando em 10º lugar, quando tomou um empurrãozinho da torcida que vibrava na arquibancada, da equipe Astro que estava junto, da família meu tio Vinícius que é meu parceiro, a gente começou a competir juntos, estava lá. Isso daí me deu muita força hoje.
Para ele, existe também o lado da experiência: Já faz 15 anos que eu estou competindo e eu sei que uma competição não se define na primeira volta. Por isso sabia que ainda tinha muita coisa prá rolar; eram sete voltas pela frente, então eu tinha que realmente administrar a força e a partir do momento que eu me sentisse melhor, não poderia perder a oportunidade de dar o máximo.
Sobre o treino, Edivando fala que desde janeiro está fazendo um treinamento longo, com a consciência de que tem de visar as provas mais importantes do ano para e fazer uma preparação específica para ela.
Como é o treino – Janeiro e fevereiro são os meses base, conta Edivando. Eu pedalo em média 16 a 18 horas por semana de mountain bike e estrada. Isso dá em torno de 250 km na estrada e 150 km no mountain bike, três dias de cada um, seis dias por semana e um de descanso.
Na outra fase do treinamento, que começou em março, Edivando diz que foi o mês que começou a competir mais provas e fez um treinamento mais rápido e mais curto. Na primeira parte do treino eu não simulava competições, pois o corpo não está preparado para isso. Você tem que preparar ele pra pegar resistência. Isso ajuda também na capacidade aeróbica e quando você fizer o treino de explosão ou simular competição você vai atingir o nível mais alto. Então é um trabalho de longo tempo, de paciência, completa o atleta.
O mês de março foi excelente para ele nas competições, pois começou aos poucos a ter bons resultados no Campeonato Interestadual de MTB, que reúne muitos dos atletas que estiveram na Copa de MTB. No Interestadual ele ficou em terceiro e conta que se sentiu bem durante a semana, que sabia que tinha condições de chegar na primeira posição e aí deu certo.
O meu trabalho vai ser muito focado nessas competições, por ser de nível internacional. No ano passado fui vice no campeonato brasileiro e perdi praticamente na última prova, por um imprevisto que aconteceu na competição. Tenho focado meu treinamento para Copa Internacional de MTB e nas provas de cross-country para tentar o Pan-americano no Rio de Janeiro. Eu representei o Brasil em 2003, fui medalhista, fui pra Atenas representar o Brasil e sei que a gente tem que focar essas competições e fora isso espero o trabalho da Confederação Brasileira de Ciclismo para enviar os atletas para o Exterior, para fazer um trabalho de seleção e nível e conseguir ter nível nessas competições internacionais, completa Edivando.
Edivando elogia a organização da Copa Internacional de MTB. Eles têm buscado aperfeiçoar, não são pessoas que fazem uma competição e querem parar por ali, fala o atleta. É o melhor campeonato do Brasil, mas sempre estão pensando em crescer, tem sempre um comissário internacional orientando, eles têm adaptado a prova aos moldes internacionais, eu sei que a prova vai crescer cada vez mais.
O circuito dessa primeira etapa foi um circuito pesado para o atleta, mas a prova não se estendeu muito. O percurso foi de muita retomada, com muito zig-zag. Então você vem de repente a 40 km/h e sua velocidade reduz para 10km ou 12km/h. Aí a gente tem de embalar a bicicleta de novo, e isso é muito constante ao longo do percurso, exigindo muita força de explosão, explica.
Nas próximas etapas, Edivando adianta: vou realmente procurar administrar o campeonato, pois são quatro etapas. Vou trabalhar um pouco em cima dos outros atletas, quero vir para a competição bem, marcar pontos ao longo das etapas, já que a última etapa em outubro é pontuação dobrada e isso pode alterar muitas coisas que a gente pode ter feito ao longo do ano. Então tem que focar o trabalho pra ir bem nessas provas.
Este texto foi escrito por: Redação Webventure
Last modified: abril 14, 2006