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Maioria do roteiro do Rally dos Sertões 2006 será inédita

Redação Webventure/ Offroad

Sertões 2006 será etapa do Cameonato Mundial de Rali Cross-country para as motos (foto: Danilo Belmonte/ www.webventure.com.br)
Sertões 2006 será etapa do Cameonato Mundial de Rali Cross-country para as motos (foto: Danilo Belmonte/ www.webventure.com.br)

Cerca de 70% do roteiro do Rally dos Sertões 2006 será inédito, segundo a organização da prova divulgou no briefing da noite de ontem, em São Paulo. A 14a edição do maior rali da América Latina vai passar por locais conhecidos da maioria dos competidores, como a região do Parque Nacional do Jalapão, no Tocantins, mas por novas trilhas.

Fora isso, novas cidades foram incluídas no roteiro. O Sertões 2006 irá passar pelos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia. “A prova hoje tem 70% de especiais e regiões novas. Apesar de o rali ter dias curtos, ele terá especiais bem técnicas. Acho que será tão difícil quanto o ano passado, um rali travado, que vai exigir muito da logística da prova e das equipes para que possam fazer um bom trabalho”, comentou Marcos Ermírio de Moraes, diretor da Dunas Race, organizadora do evento.

A prova começa no dia 27 de julho e vai até 5 de agosto. Serão 3.878 quilômetros de Goiânia (GO) até Porto Seguro (BA). Um dos trechos que promete ser o divisor de águas na classificação da prova é o quinto dia, entre Correntes (PI) e Barra (BA), na qual as equipes farão um trecho marcado na vida de todos os competidores presentes do Sertões de 2003, a “Especial dos dez anos”, um trecho de areia fofa que deixou vários veículos atolados e chegou a tirar equipes da competição.

Mais difícil – “Dessa vez a especial está três vezes maior, sendo que o pior trecho são os últimos três quilômetros, com muita areia pesada”, alertou Marcos Ermírio. O piloto cearense Riambugo Ximenes, considerado especialista em areia, afirma se lembrar bem desse trecho. “Já participei de provas internacionais e a maioria dos ralis brasileiros, e aquele trecho foi o pior que passei na vida”, comentou.

Na época, a especial comemorou os dez anos do Rally dos Sertões. Em 2006, completa uma década da entrada dos carros na competição. “Os carros vieram consolidar a competição na parte esportiva, por ter uma beleza natural importante. Se nós pensamos em ser referência no mundo, ter carros e caminhões é muito importante”, comentou o organizador. Até 1996, o Rally dos Sertões era restrito para as motos.

Veja o roteiro completo do Rally dos Sertões, comentado por Marcos Ermírio de Moraes

Dia 27/07 – 1ª Etapa – Goiânia (GO) Minaçu (GO)
Deslocamento Inicial (DI) 353 km
Trecho Especial (TE) 1- 105 km
Deslocamento – 63 km
Trecho Especial 2 118 km
Deslocamento final (DF) 7 km
Total: 646 km
“Decidimos quebrar a etapa em duas especiais para não ter uma longa zona de radar. Será o único dia da prova com dois trechos cronometrados. Pelo caminho, várias travessias de rios, em todas as zonas de depressão, piso de cascalho do começo ao fim e trechos de serra. As pontes também estarão presentes, algumas não estão em bom estado de conservação. De qualquer forma, todas as pontes do rali terão graduação máxima de perigo”.

Dia 28/07 – 2ª Etapa Minaçu (GO) Palmas (TO)
DI 20km
TE – 255 km
DF – 276 km
Total: 551 km
“O percurso passa por pontes de madeiras em estado precário e travessia de rio com muitas pedras. Após este trecho, todos entram em zona de radar até o asfalto, onde há o abastecimento das motos no posto. Deste trecho em diante inicia-se um trecho de alta até entrarmos nas fazendas ficando novamente travado até o final da prova. A marca do rali no início serão trechos travados”.

Dia 29/07 – 3ª Etapa Palmas (TO) Alto Parnaíba (MA) (Etapa Maratona )
DI 202 km
TE – 457 km
DF – 2 km
Total: 661 km
“Especial mais longa do rali, começa com altas velocidades e logo inicia um trecho de pedras, lombas e pontes de toras, seguindo por um trecho de trial com muitas lages, erosões e lombas, até entrar no trechos de areia. Será a entrada no Jalapão, e terá um trecho de navegação por GPS, com quatro waypoints (pontos marcados no GPS), em uma área de savana”.

Dia 30/07 – 4ª Etapa – Alto Parnaíba (MA) Correntes (PI)
DI 2 km
TE – 187 km
DF – 77 km
Total: 266 km
“Temos um dia curto na continuação da etapa maratona. A prova segue no Jalapão, a especial começa travada, passa para uma região de areia e entra em um terreno mais duro, na caatinga, como há muito tempo não acontecia no Sertões. Uma dica para os pilotos: no Jalapão, solo avermelhado ou amarelado é sinal de problema, apenas no solo branco não costuma ter erosões importantes”.

Dia 31/07 – 5ª Etapa Correntes (PI)- Barra (BA)
DI 129 km
TE 273 km
DF – 46 km
Total: 448 km
“Faremos a Especial dos dez anos ao contrário, um trecho duríssimo, com uma areia branca muito fina. A navegação será importante nesse dia. É uma especial tecnicamente perfeita, tem de tudo e será muito importante para o desempenho das equipes no rali”.

Dia 01/08 – 6ª Etapa Barra (BA) Seabra (BA)
DI 107 km
TE – 152 km
DF – 53 km
Total: 312 km
“A especial inicia com muitas pedras, subidas e descidas fortes Alguns trechos de serra tem um calçamento que é muito escorregadio, principalmente para as motos. Em geral, a especial é um misto de cascalho e areia. Também é um local bastante habitado e estamos fazendo um trabalho muito grande com a população local para que não aconteçam problemas”.

Dia 02/08 – 7ª Etapa Seabra (BA) – Brumado (BA)
DI 38 km
TE – 140 km
DF – 124 km
Total: 302 km
“Essa região é parecida com a Serra da Canastra, em Minas Gerais, por onde o rali já passou. Com muitas pedras e alguns penhascos. Haverá um trecho asfaltado de cerca de três quilômetros na subida de uma serra”.

Dia 03/08 – 8ª Etapa Brumado (BA) Candido Sales (BA)
DI 13 km
TE – 168 km
DF – 97 km
Total: 278 km
“Começa com muita serra, terra batida, areia e cascalho. Da metade para frente a especial fica mais rápida com trechos muito sinuosos e vários mata-burros perigosos, em sua maioria, longitudinais com vão central e de toras até o final”.

Dia 04/08 – 9ª Etapa Candido Sales (BA) Porto Seguro (BA)
DI 99 km
TE – 131 km
DF – 184 km
Total: 414 km
“A chuva será decisiva para a qualidade do terreno dessa especial. A previsão que temos é que pode chover nessa época, o que vai tornar a última especial bem perigosa, com trechos de serra com chão muito liso e escorregadio. É uma região bem sinuosa, o que torna a especial bem técnica para os pilotos, apesar de ser fácil para os navegadores”.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: julho 4, 2006

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