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Acompanhe a final da Copa Troller a bordo do carro 78

Redação Webventure/ Offroad

A parte final da prova foi em uma estrada de terra larga (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)
A parte final da prova foi em uma estrada de terra larga (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)

A última etapa da Copa Troller 2006 aconteceu no último sábado (25) em São Paulo e o título na categoria graduados ficou com André Fornasi e Orestes Júnior. O Webventure acompanhou o percurso na categoria Turismo, a bordo do carro 78, de Paulo Katumi, o Paulão, e Fabiano Bonafé.

Paulo sempre participou da Copa Troller e para a etapa de São Paulo não pôde contar com seu navegador habitual, Carlos Cammas, mas resolveu se inscrever e tentar encontrar um parceiro durante o briefing. A aposta deu certo e ele conheceu Fabiano, que ao invés de participar como zequinha no carro de Carlos Raul e Sandra de Andrade, aceitou o desafio de navegar pela primeira vez em uma Copa Troller.

A largada para a dupla aconteceu às 10h04 em frente ao aeroporto Campo de Marte e eles tiveram que enfrentar 70 quilômetros de deslocamento em asfalto rumo às trilhas da cidade de Mogi das Cruzes e municípios adjacentes. Após encarar congestionamento na saída de São Paulo, pagar R$7,80 de pedágio na Rodovia Ayrton Senna e respeitar os 50 km/h dos radares na Rodovia Mogi-Bertioga, finalmente a competição teve início.

A trilha – Uma pequena porteira marcou o início da trilha e nesse momento Fabiano avisou: “agora começam as pegadinhas”. Nos primeiros quilômetros a planilha indicava que o trajeto seria por uma descida íngreme e estreita, mas nem os navegadores mais experientes poderiam prever que um outro Troller surgiria na contramão e quase provocaria um acidente. Paulão freou a tempo, o carro derrapou e ele virou o volante abruptamente para desviar e passar ileso pelo primeiro susto do trajeto.

A prova teve prosseguimento e a todo o momento Fabiano orientava Paulão para aumentar ou diminuir o ritmo, com o objetivo de passar pelos PCs com o tempo indicado na planilha. “O importante é saber corrigir o odômetro, se não a confusão é grande”, alertou o piloto.

Alguns quilômetros à frente e a dupla se deparou com dois Trollers parados, com os respectivos ocupantes fora do carro. Era um lamaçal. Na tentativa de vencer o desafio, um dos veículos ficou atolado e precisou ser rebocado antes que os outros competidores pudessem seguir.

Em diversos pontos da prova foi possível observar carros quebrados com os mais diversos problemas, como pneu furado, motor quebrado, entre outras adversidades. Após 1h50 de competição, Fabiano ficou em dúvida sobre uma entrada e pediu que Paulão parasse para e ele raciocinar e indicar o caminho correto.

“Acho que passamos a entrada, vamos voltar e entrar na outra?”, perguntou Fabiano. A resposta do piloto foi curta e grossa: “não sei!”. Felizmente o caminho escolhido foi o certo e logo à frente estava um PC para registrar a passagem.

O cenário da competição era uma fazenda de reflorestamento de eucaliptos e a todo o momento a planilha trazia como referência um bloco de toras na beira da estrada ou alertava quanto à pedaços de tronco no meio do percurso. Após driblar as madeiras, foi a vez de enfrentar um dos laços, trechos confusos em que as duplas passam mais de uma vez e que exigem muito da navegação.

O Laço – Esse laço consistia em dar duas voltas por uma clareira, contornar um PC, descer um trecho estreito e fazer uma curva de praticamente 90 graus à esquerda, onde foi necessário manobrar. A planilha indicava duas voltas, mas devido à similaridade das orientações, Fabiano se confundiu e orientou que Paulão desse três voltas.

Logo em seguida apareceu um neutro (trecho em que os carros são obrigados a parar) de dois minutos, que foi suficiente para se recuperar do estresse do laço. Nesse momento Paulão desceu do carro e fez uma verificação para conferir se estava tudo certo com seu Troller.

Após esse breve descanso a aventura prosseguiu, assim como os desafios. Ponte de madeira estreita, abismos e até uma adutora de água compuseram o palco desse trecho. Junto com os desafios apareceram mais PCs e a todo o momento Fabiano cantava para Paulão a velocidade, com um olho na planilha e outro no odômetro. “É melhor passar atrasado nos PCs do que adiantado, pois perde-se menos pontos”, alertou o piloto.

Já no fim do trecho válido para pontuação, a prova passou por uma estrada de terra larga e bem aterrada, na qual havia tráfego de caminhões e ônibus, segundo a planilha. Alguns quilômetros nessa estrada e, após pouco mais de 3h de competição, o encontro com outros Trollers estacionados anunciou o fim da edição 2006.

Paulão e Fabiano comemoraram o término da prova e o piloto diz que aprovou a experiência com o novo navegador. “Pela primeira vez foi bom demais”. Sobre os trechos ele disse que não foi tão complicado e destacou a pior parte. “Tivemos que tomar cuidado, pois o carro derrapou muito em algumas partes. A pior delas foi em algumas curvas com pedra, que o carro rabiou de lado e tivemos que maneirar para carro não tombar”, comentou Paulão.

Já Fabiano, falou sobre a navegação nos laços e pegadinhas. “Foi complicado, mas é gostoso. Quem não ficar atento se perde e se não se encontrar logo está lascado”. Em geral pilotos e navegadores costumam discutir e se desentender durante as provas, mas Fabiano e Paulão tiveram uma relação bem tranqüila.

Futuro – “Não pode se apavorar, se não começa uma discussão que não leva a lugar nenhum. Se errar é só parar, pensar e depois tirar o atraso”, completou. Assim como o companheiro, ele aprovou a parceria. “Foi uma delícia, espero que o Paulão me chame outras vezes”.

Depois de esticar as pernas, os dois seguiram viagem rumo a São Paulo novamente, mas antes fizeram uma parada estratégica para almoçar em um restaurante mineiro. Com a barriga cheia e a sensação de missão cumprida, voltaram para a metrópole e terão tempo para descansar e se preparar para a prova do ano que vem.

Se depender do resultado obtido, a Copa Troller 2007 poderá contar com a dupla Paulo Katume/ Fabiano Bonafé novamente, que conseguiram a 22º colocação (26.312 pontos perdidos), entre os 36 carros que pontuaram. Paulão participou de outras duas etapas com o navegador Carlos Cammas e obteve um 29º e 25º lugar.

A vitória ficou com a dupla Márcio Luiz Vieira Pedro/ Rubens Vieira Pedro, com 530 pontos perdidos. Os campeões da temporada foram Ronaldo e Lidiane Izzo, que subiram ao pódio em quase todas as etapas e já pensam em competir na Graduados ano que vem.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Last modified: novembro 28, 2006

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