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XKRace – Xtremo 6000 teve vários desafios na Argentina

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Clima dificultou para atletas e organização (foto: Theo Ribeiro)
Clima dificultou para atletas e organização (foto: Theo Ribeiro)

A primeira edição da XKRace Xtremo 6000 aconteceu na Argentina de 1 a 3 de fevereiro. Para fazer jus ao nome, teve a largada debaixo de tempestade de areia e ainda um trekking até 4.800 metros de altitude. Foi vencida pelo imbatível Team Sole, equipe formada por americanos e finlandeses, que também venceram o Ecomotion/Pro 2006. O fotógrafo brasileiro Theo Ribeiro esteve presente e conta com exclusividade todos os detalhes da aventura. Confira os melhores momentos na galeria de fotos!

Direto de San Martin de los Andes (Argentina) – O XK Race XTREMO 6000 foi uma junção de duas iniciativas. Já existia o circuito XK Race, que é uma corrida de aventura relativamente curta e que aconteceu por vários lugares da Argentina no ano passado, e alguns corredores de aventura muito bem relacionados de San Juan resolveram montar uma corrida de aventura sob a marca XTREMO 6000. O que fizeram foi juntar a prova que criaram como XTREMO 6000 à organização e experiência dos criadores da XK Race (e claro, os competidores que corriam a XK Race) para fazer uma prova mais longa nas montanhas ao norte da Argentina

A prova foi dura, principalmente pela altitude máxima que alcançou, que era a grande bandeira da organização, com um ponto alto de 4.800 metros, em que os atletas chegavam na metade de um trekking. A prova começou com uma tempestade de areia no meio de um lugar incrível, que é a Pampa del Leoncito. O horário da largada era às 7h30 da noite, mas teve de ser adiantado por causa da tempestade. Depois da areia, teve também um pouco de chuva na primeira noite.

Por causa da tempestade bastante forte logo na primeira noite houve um problema técnico, pois a estrada de terra foi interrompida por uma enxurrada e as equipes de apoio não podiam chegar na AT. Então, criou-se um meio AT antes. Assim que os competidores chegaram tiveram que largar as bikes e entrar sem apoio, por conta do ocorrido, em um trekking de mais de uns 60 quilômetros.

Ponto alto – No meio da caminhada subiam ao El Balcon, um ombro de montanha a 4.800 metros de altitude, do qual pode-se ver muitas montanhas de mais de seis mil metros, entre elas o Cerro Mercedário. De outros pontos da prova foi possível avistar o Aconcágua e montanhas da cadeia dos Ansilta.

O Team Sole venceu com certa vantagem. Apesar de serem muito fortes, a prova não foi fácil, sempre existem desafios. Eles lideraram a prova, mas o segundo e terceiro colocados chegaram bastante perto e trocaram postos algumas vezes durante a corrida. Para o Tem Sole, a pior parte foi um problema sério com as bikes, na primeira perna, que os atrasou muito. Talvez tivessem aberto uma diferença bem maior não fosse por isso. Quando conseguiram resolver estavam no pelotão do meio, entre o 26º e 18º lugar, e foram passando todas as equipes até chegarem na ponta.

É uma prova que tem potencial de crescer, principalmente por ter aporte financeiro e técnico do governo. Os militares, por exemplo, foram uma ajuda importante na área como apoio logístico. E com uma boa premiação também atrai corredores, distribuíram U$ 40 mil. Isso além do desafio da altura.

A seguir, Theo Ribeiro comenta algumas passagens sobre como foi fotografar a primeira edição do XKRace Xtremo 6000

Eu era um único fotógrafo para fazer uma cobertura de toda prova, isso impõe um problema logístico de imediato. Não conseguia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. O trekking até o Balcon era uma coisa que eu adoraria ter feito, mas para estar lá com luz e condições de fotografar as equipes eu teria de ter perdido a largada da prova ou ir de helicóptero, por exemplo.

Tivemos problemas com o helicóptero, de modo que não pôde deixar-nos lá em cima. Então ele me deixou na metade do trekking, em um acampamento alto a 3.100 metros mais ou menos. De lá eu percorri mais de 30 quilômetros de trekking junto com as equipes, carregando mais de 20 kg de equipamento fotográfico. Ao final do trekking, meu joelho esquerdo que está um pouco fraco e às vezes apresenta problemas quase travou e terminei o trekking com ele dobrando não mais que 15º.

Só fui chegar de noite, e no dia seguinte quando acordei, achei que não ia dobrar mais a perna, mas aí me meti a fazer as técnicas verticais. E acho que a altura me fez bem. Ao final do dia já não sentia mais dor no joelho (apesar de ter tomado antiinflamatório também).

Este texto foi escrito por: Theo Ribeiro

Last modified: fevereiro 8, 2007

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