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Minha aventura: expedição Serra do Piriá e Apeú-Salvador

Redação Webventure/ Biking

Equipe comemora sucesso da expedição (foto: Arquivo pessoal)
Equipe comemora sucesso da expedição (foto: Arquivo pessoal)

Passados seis meses da Expedição Maiandeua, a EART (Equipe de Aventura Ratos de Trilhas) completou mais uma expedição, desta vez no extremo nordeste paraense, começando no município de Bragança (PA) e tendo como destino a Ilha de Apeú Salvador, localizada no município de Viseu, limite do estado do Pará com o Maranhão. Durante o percurso, o grande momento foi a exploração da Serra do Piriá, assim como suas grutas e lagos subterrâneos.

A “Expedição Serra do Piriá e Apeú-Salvador” teve dois objetivos bem distintos, entretanto muito importantes. O primeiro o social, com a distribuição de material escolar para as crianças da Ilha de Apeú Salvador, e o segundo o explorador, onde a EART conheceu duas regiões de onde se possui pouca informação e notícia a Serra do Piriá e a Ilha de Apeú Salvador. Isso ajudou bastante a mapear as trilhas locais, documentar as informações e difundir imagens e vídeos para futuros aventureiros.

O município de Bragança, distante 210 quilômetros de Belém (PA), fica às margens do rio Caeté e é considerada uma cidade histórica, onde se destaca a arquitetura colonial e a cultura popular, especialmente a Marujada. Mas não fica por aí, a beleza de suas praias encanta até os mais viajados turistas. A principal delas é Ajuruteua, a 35 km de Bragança, com águas claras, ondas fortes, areia branca, fina e com dunas.

Bragança foi escolhida para ser o ponto de partida da expedição por ser um dos principais municípios do nordeste paraense, com boa infra-estrutura, fácil acesso terrestre e principalmente por possuir boas rotas para o destino da expedição: Viseu (incluindo a Serra do Piriá e a Ilha de Apeú-Salvador).

Primeiro dia – Exatamente às 19h do dia 16/02/2007 partimos para Bragança, parando somente em Santa Izabel (PA) e Castanhal (PA), para embarcar as duas últimas bikes. A galera seguiu de ônibus e carro. Chegamos às 23h no local do primeiro acampamento, na casa do Sr. Dílson, em Bragança. Era hora de dormir e se preparar para o dia seguinte.

Bikes arrumadas e preparadas, saímos em direção ao centro da cidade onde tomamos café em uma padaria e fizemos a tradicional oração na praça em frente a prefeitura, pedindo proteção. E eu acho que fomos atendidos, pois não houve nenhuma queda, a não ser o Pedrosa que chutou uma pedra na serra, arranhando o peito do pé, mas nada grave.

Saímos em busca de nossa primeira meta do dia, a vila de Açaiteua, a 56 quilômetros de Bragança e a sete quilômetros da serra, onde iríamos acampar. Chegamos na vila às 17h30, na primeira parada para pernoite. Neste dia, a temperatura e o tempo nublado estavam muito bons para pedalar. Mas, com um terreno de piçarra e cascalho, tivemos de tomar bastante cuidado, pois qualquer vacilo poderia ser queda, já que estávamos com bastante peso.

Deus sempre coloca as pessoas certas no nosso caminho, ou nos leva pelos caminhos certos até chegar as estas pessoas. O Sr. Luís Embrasa foi uma desta pessoas, abrindo sua sede (um barracão onde promove festas) para acampamos. Tomamos banho e jantamos, alguns foram dormir, outros tentaram telefonar pra casa.

Segundo dia – Depois do café da manhã, partimos para o pé da serra. Passamos antes por várias vilas (essas bem pequenas).

No começo uma prévia de como seria a serra, e o GPS foi de 12 para 65 metros, e voltou novamente para uns oito metros. Começamos a subir para valer e logo estávamos a 65 metros novamente, 80m, 90m… a cada 10m alguém dizia pelo rádio, era uma euforia total, pois estávamos vencendo metro a metro.

A emoção estava estampada, no rosto de cada um, com a chegada ao topo da Serra do Piriá, apesar da chuva forte que caía. Achamos um local que poderíamos usar como base, para fazer a comida e guardar as bikes.

Durante a noite, caiu um temporal, com ventos fortes, colocando a galera em uma situação nova mas todos se saíram bem, e as barracas também agüentaram.

No terceiro dia, desarmamos acampamento e descemos a serra. Seguindo até o porto, deixamos as bikes na casa do barqueiro e seguimos para Apeú-Salvador, em uma viagem de três horas debaixo de chuva, na maré baixa, com direito a encalhe no banco de areia, sendo salvos pelo Sérgio e Pacoval, que se jogaram na água, e empurram o barco de volta para o canal.

Ao chegarmos na vila de Apeú-Salvador, seguimos na frente, escoltados pela Adriele, Gêca e “Piroca”, tentando encontrar um local para montarmos acampamento. Ficamos em frente a praia e acabamos ficando próximos da casa da Dona Lurdes, que foi outra pessoa que Deus colocou no nosso caminho. Que pessoa linda, é o mínimo que posso dizer dela.

Ainda tínhamos que fazer a entrega do material escolar. Saímos em busca das duas únicas professoras da ilha, que educam 104 crianças, na única escola do local, de 1ª à 4ª séries. O material foi entregue, com a sala cheia de crianças, com direito a balão, brincadeiras e palestra sobre saúde e higiene bucal. Ainda deu tempo de jogar futebol com os nativos da ilha e tomar água de coco, na casa de um deles. O jantar foi peixe frito com farinha, que comi com a mão, ao melhor estilo avoado.

Despedida – No dia seguinte, durante as despedidas, a emoção foi forte quando Dona Lurdes, chorando, falou que já estava com saudades da turma, nos convidando para voltar, pois a casa dela estava de portas abertas. O retorno foi tranqüilo e todos chegaram em Bragança às 18h30.

Este texto foi escrito por: Fábio Araújo e Sérgio Batista

Last modified: fevereiro 28, 2007

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