Equipe de apoio é tiete de equipe campeã (foto: Roberta Spiandorim/ www.webventure.com.br)
Para os mais desavisados, o verde exuberante do sertão potiguar surpreendeu muito, já que as áreas em que a final do Adventure Meeting passou tinha trechos de plantações e até alagamento. Nesta época do ano as chuvas melhoram as condições do local e são muito bem-vindas.
A realidade do sertão choca aqueles que estão acostumados com vida frenética das capitais. Por diversas vezes a velocidade das bikes, a angústia dos participantes e a confusão nos PCs contrastavam com a vida tranqüila do interior. Enquanto os atletas saiam em alta velocidade em direção ao trecho de rapel, uma tartaruga, com dificuldade de andar, e diversos sapos se dirigiam lentamente a uma região alagada, literalmente.
Surpresos com tamanho burburinho, os moradores locais saíram às ruas para acompanhar os atletas e se mostraram extremamente acolhedores. Era muito comum encontrar famílias que cedessem suas casas, banheiros, alimentos e água para atletas, equipes de apoio, organização e imprensa.
Cada estado com a sua bandeira – Cada equipe que concorreu pela final do Try On Adventure Meeting carregou consigo a bandeira de seu estado para deixa-la no primeiro PC, localizado no Santuário das Graças. A bandeira nacional ficou a cargo de uma equipe de corredores de rua de Florânia, local da largada, batizada de Esporte e Lazer.
O quarteto convidado prometeu à organização chegar em primeiro lugar no santuário. As outras equipes que nos perdoem, mas nós vamos ter que ir na frente porque estamos com a bandeira do Brasil. Depois de lá vamos conversando com as outras equipes amigavelmente, continuando o trajeto, revelou o atleta José do Nascimento Júnior. Eles não deixaram nada a desejar, foram os primeiros a chegar e com folga.
Para cumprir a promessa os participantes se comprometeram com treinamentos, tanto físicos como psicológicos. Os atletas se prepararam para tentar chegar ao PC 20, mas foram cortados antes do meio da prova, assim como a maioria das equipes.
Para quem acompanhou as 36 horas de prova, era visível o carinho e a dedicação da equipe de apoio da SOS Mata Atlântica. A dupla, formada por Davi Bandeira e Welkey Costa do Carmo, era sempre a primeira a organizar todos os equipamentos e suprimentos do quarteto campeão nas Áreas de Transição e vibrava com o aumento de vantagem da equipe a cada PC.
Não faltaram elogios para equipe sobre seu preparo físico, organização, experiência: A gente está aprendendo demais, ainda mais nessa prova que vimos eles passarem de último lugar para primeiro, A Shubi parece um camelo, ela não bebe nada. Parece sempre que a prova está começando, O entrosamento deles é incrível, Eles aliviam qualquer complicação. Os campeões também aprovaram a experiência. “Nosso apoio foi sensacional. Sem a grande performance que tiveram durante toda a prova, seria impossível chegarmos a este resultado”, salientou Fábio Batista, o Fabinho da SOS.
Davi Bandeira e Welkey Costa do Carmo são originalmente integrantes da SOS Tabatinga, uma equipe de corrida de aventura que une esporte e um projeto de recuperação de uma praia. A nossa causa é uma minimizada da deles [da SOS Mata Atlântica], definiu Davi. Tabatinga é uma praia a 35 quilômetros de Natal, que em novembro de 2005 foi devastada devido à especulação imobiliária. Estavam arrancando vegetação nativa e dunas. Eles arrancaram tudo em um terreno totalmente ilegal, pois é uma área de proteção marinha e permanente, disse.
O projeto conseguiu, por meio de protestos, o embargo das obras, mas a região não foi reconstituída. Há um ano e meio Davi e Welkey têm brigado para conseguir uma licença que autorize, pelo menos, que eles mesmos possam reflorestar a região. Nosso objetivo final é transformar essa área toda de Tabatinga em um Parque de Preservação Ambiental, revelou Davi. Para obter mais informações sobre o projeto acesse o site www.praiadetabatinga.com.br.
Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim
Last modified: março 13, 2007
