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Helena Coelho escreve de Kathmandu: o segundo dia no Nepal

Redação Webventure/ Montanhismo

Paulo e Helena estão a caminho do Everest (foto: Arquivo pessoal/ Helena Coelho)
Paulo e Helena estão a caminho do Everest (foto: Arquivo pessoal/ Helena Coelho)

Olás,

Estamos aqui em Kathmandu… Chegar aqui, ficar ainda que sejam pouquíssimos dias antes de ir para a montanha, é como voltar para casa. Acho que é mais ou menos o seguinte: aqui é a nossa praia!

As cores, os sons, os cheiros do “incenso do Nepal” – como dizia a música de Raul Seixas as vestes coloridas das pessoas, os turistas (poucos no momento), indo e vindo no Thamel, o bairro mais turístico de Katmandu, os templos budistas e hinduístas.

Chegamos ontem e já saímos para a rua. Tínhamos que acertar a nossa viagem para o Tibete, deixar o passaporte para ter o visto de entrada para a China. E, hoje, desde cedo na rua: compras de última hora; na verdade, compras que devem ser feitas aqui, tipo supermercado.

Por duas razões: não entrarmos com excesso de bagagem no país e também movimentar a economia local. Compras de um ou outro item de vestuário e equipamentos que não puderam ser feitos antes – questão de economia local e da nossa, claro. Temos de visitar dois ou três supermercados para ver onde o preço está melhor, afinal economizar, mesmo que uns poucos dólares, é a garantia de nossa viagem. E, no meio disso tudo, reencontrar os amigos que já fizemos em tantas vindas aqui.

Fomos almoçar hoje no Helena’s Restaurant. Um lugar que tem bolos maravilhosos, bem na vitrine de entrada. É um lugar aonde chego e já sou cumprimentada como antiga amiga. Nem preciso olhar o menu: peço o que quero comer e já digo que quero que seja apenas de tal jeito ou de outro. E, no final, o mesmo sorriso deles.

As lojinhas, com as mesmas vitrines, apenas acrescentando o que os turistas procuram na temporada. Os nepaleses dependem em grande parte do turismo e, por causa disso, procuram agradar os turistas. Por isso nas lojas, por exemplo, antes havia muitas papetes de marcas famosas, todas feitas por aqui mesmo. Agora a moda é um tamancão de material parecido com borracha, então aqui também já tem.

Um conhecido quando nos vê passar, larga seu negócio e vem até onde estamos para conversar, fala de como está o Nepal, pergunta sobre os nossos jogadores de futebol. Outro, quando encontra, relembra a primeira vez que viemos para cá e como as coisas mudaram nesse tempo. Como Katmandu aumentou sua população, etc. Como está a situação política, agora com o governo de coalizão.

E, nos últimos três anos, tenho também encontrado uma amiga brasileira que vive aqui. Patrícia, uma curitibana, que veio para cá num trekking, se apaixonou por um nepalês e aqui está todo esse tempo. Ávida por conversar com brasileiros que vem para cá, amável com todos, mãezona mesmo. Ela agora vive aqui organizando expedições de trekking enquanto o companheiro Anil participa de expedições.

No momento, ele está no acampamento base do Everest, pelo lado tibetano, trabalhando numa expedição inglesa. Provavelmente, vou encontrá-lo numa das subidas para o acampamento base avançado. E Patrícia já pediu para eu procurá-lo e levar para ele alguma encomenda dela. Claro que farei isso, além de beber chá com leite e gengibre em sua companhia.

Também fico sabendo da vida dos antigos conhecidos, se já passaram por aqui, onde estão no momento, se vieram para escalar ou não, enfim, os assuntos são colocados em dia. É um retomar de momentos interrompidos por viagens.

Até. Namastê!
Helena Coelho.

Este texto foi escrito por: Helena Coelho

Last modified: abril 17, 2007

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