Entrada para Medina em Fes (foto: Arquivo Pessoal)
Notamos a diferença assim que cruzamos o estreito de Gibraltar e deixamos a confortável Velha Europa para trás. Com sua rica influência arábica e cenários maravilhosos, Marrocos era diferente de qualquer coisa que havíamos visto. Andando por dentre as antigas cidades nos sentimos como se estivéssemos voltando no tempo. Mesmo assim, sabíamos que o maior de todos nossos desafios estava por vir – o Saara.
A travessia era uma aventura por si só e por três dias vibrantes deixamos qualquer semelhança de estradas e enfrentamos as dunas, praias e trilhas, dependendo apenas do GPS. Dirigindo debaixo de um calor infernal por dias, fomos recompensados pela tranqüilidade e solidão das noites frescas do deserto, onde acampamos sozinhos no meio do nada. Tendo nos perdido e atolado várias vezes durante o trajeto, estávamos aliviados e contentes de encontrarmos a estrada do outro lado!
A África Oeste é incrivelmente remota e passamos semanas percorrendo o deserto semi-árido do Sahel, entrando em contato apenas com os moradores de pequenos vilarejos locais. Fronteiras eram apenas linhas nos mapas e mais de uma vez tivemos que sobreviver a argumentos tensos com guardas não tão honestos. Apesar de nervosos e indignados, permanecemos honrados e seguimos nossos princípios até o final. Mesmo porque, tendo toda a papelada correta eles não tiveram opção a não ser nos deixar passar.
Aqui nossos planos tinham que ser flexíveis, pois a África Central é um dos lugares mais imprevisíveis do mundo. Esperávamos viajar pelo Sudão através da Etiópia até a Quênia. Porém, as coisas mudam drasticamente quando houve problemas no Sudão, estourou a guerra em Darfur. O que era considerada a única rota aberta agora estava definitivamente fechada. Sem outros carros para formarmos um comboio e com o risco que correríamos diante de um percurso desconhecido, optamos por enviar o carro de navio direto de Gana para Durban na África do Sul.
Exploração – Aqui nos apaixonamos pela África, explorando as regiões mais selvagens e presenciando a maior concentração de vida selvagem na terra. Levamos uma vida simples, mas bastante compensadora no meio do mato, onde tivemos vários encontros emocionantes com animais no caminho. Fizemos o máximo de coisas possíveis, zigue-zagueando pelos desertos da Namíbia, através dos mangues do Okavango até as impressionantes Cataratas de Vitória, onde não resistimos fazer rafting pelo rio Zambezi.
Na África do Sul, exploramos a costa conhecendo o Garden Route e tendo dificuldades em nos distanciar do encantador Parque Nacional Kruger. Quando achávamos que havíamos visto o suficiente, nos espantamos com a quantidade de animais na Cratera de Ngorongoro na Tanzânia e o Parque Nacional Masai Mara no Quênia. Tudo isso e ainda tivemos tempo de relaxar nas lindas praias de Moçambique e visitar a ilha de Zanzibar. Parecia um sonho de safári e onde pegamos um gostinho pela África que permanecerá conosco para sempre.
Após muita pesquisa e diversos pensamentos, decidimos que seria melhor enviarmos o carro de navio para Índia e evitarmos o Sudão e o Oriente Médio.
Veja mais relatos da expedição e muito mais imagens no livro do Challenging Your Dreams, que será lançado em breve
Este texto foi escrito por: Grace Downey e Robert Ager
Last modified: maio 2, 2007
