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Relatos da expedição de caiaque oceânico pelo Nordeste

Redação Webventure/ Expedições, Rafting e canoagem

Chegamos nesta segunda-feira em João Pessoa, na Paraíba e aí vai um relato dos três primeiros dias de viagem.

Domingo 22 – Acordamos as 5:30 (aqui o sol nasce as 5:30 e as17:15 já ta escuro) e fomos preparar o “Juatinga” pra partida, do iate clube Cabanga, no Recife. Tava bem encoberto, mas não estava chovendo e as 7:30 já estávamos navegando para a saída do porto de Recife. Um pouco antes de sair, pegamos uma chuva danada, que acabou com a nossa visibilidade e tivemos que sair meio “no rumo”, torcendo para não pegar nenhum navio entrando no porto, que certamente não nos veria no meio daquelas ondas de 1 metro, com mar bastante mexido.

Em mais meia hora já conseguimos avistar Olinda e aí foi tranqüilo, com vento de leste, de través pra nós, até o final da ilha de Itamaracá, na enseada dos golfinos, que foi o nosso destino do primeiro dia. No final da tarde ainda pegamos uma tempestadezinha e o vento virou de sul, empurrando a gente com tudo pro norte. A vela que a gente desenvolveu foi fantástica! Chegamos a atingir velocidade de 11 km/h, com os dois remando e a velinha de pouco mais de 1 metro quadrado. Hoje foram 45 km no total. A noite e ventou e choveu demais. Não cruzamos com nenhuma barbatana preta na nossa frente…

Segunda 23 – já logo de manhã cruzamos para o estado da Paraíba e a paisagem modificou. Enquanto o norte de Pernambuco é cheio de praias longas, lotadas de bares, a Paraíba começou com bastante falésias e um visual mais bonito. Paramos pra almoçar em Pitimbu, onde os caiçaras desenvolveram jangadas com duas velas, que diz o seu Maruá, que anda mais que as traineiras a motor. Eu acredito!

O pessoal daqui é extremamente hospitaleiro e sempre nos recebem muito bem. Terminamos a remada na praia Bela, entre falésias e na beira de um riacho formando lagoas atrás da praia. Coisa linda! Quebrou uma vareta da barraca e o Agnaldo armou ela mesmo assim, meio de qualquer jeito. Eu resolvi dormir na praia, com o céu estrelado, lindo! Até as duas da manhã… quando desabou uma chuvarada dos infernos, eu peguei o meu saco de dormir e entrei na barraca todo molhado, depois de ter enfiado alguns espinhos no pé e ensangüentado a barraca inteira… aí foi o resto da noite com goteiras, mas resolvemos esquece-las e dormir. Esse dia deu por volta de 42 km.

Terça 24 – Saímos com o mar mais alto, pois essa praia Bela já não possuía recifes em frente e ondas de 1 metros quebravam praticamente na areia. Por sorte não pegamos onda nenhuma. Passamos pela praia de Tambaba, de nudismo, mas não tinha nenhum peladinho por lá… também, as 8 da manhã… os maruins iriam adorar!almoçamos um maravilhoso PF na ponta do Seixas, o ponto mais oriental do Brasil. Aqui o sol nasce antes! O plano era dormir mais pra frente, mas resolvemos parar antes, em João Pessoa, e arrumar todo o equipamento molhado das aventuras notúrnicas da última noite. A cidade nos pareceu bem aprazível e o pessoal sempre bastante solícito. Claro que ninguém acredita quando a gente fala que veio no caiaque…

Este texto foi escrito por: Agnaldo Gomes e Christian Fuchs

Last modified: julho 25, 2007

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