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Adaptações propiciam a prática de esporte de aventura por deficientes

Redação Webventure/ Montanhismo, Offroad, Rafting e canoagem, Trekking

Dadá e Silvio falam sobre seus projetos (foto: Roberta Spiandorim/ www.webventure.com.br)
Dadá e Silvio falam sobre seus projetos (foto: Roberta Spiandorim/ www.webventure.com.br)

Direto da Adventure Sports Fair – “Eu voltei a ter prazer com o corpo. Foi maravilhoso”. Este foi o relato de Dadá Moreira sobre seu primeiro rafting após ter desenvolvido problemas neurológicos e perdido a coordenação dos movimentos musculares voluntários (Ataxia), há dez anos. Foi a partir desta experiência, que surgiu a idéia de proporcionar estas sensações para outros deficientes, até então a parte das práticas de esporte de aventura.

Em parceria com o Ministério do Turismo, Dadá criou a ONG Aventureiros Especiais, cujo objetivo era detectar as necessidades dos deficientes para a prática da aventura, possibilitando a adaptação tanto dos equipamentos utilizados, como da conduta dos profissionais de turismo em relação à eles.

Para concretizar este objetivo foram reunidos deficientes físicos, sensoriais, mentais e múltiplos para vários testes de campo, dentre eles um paraplégico, um amputado, um tetraplégico, um deficiente visual, um surdo-cego, um com paralisia cerebral e outro com síndrome de down. Eles foram supervisionados por treze profissionais da área médica e voluntários.

A pesquisa possibilitou o desenvolvimento de equipamentos como uma cadeirinha para técnicas verticais, além de um colete e uma cadeira para o bote de rafting. Os equipamentos são específicos para pessoas sem mobilidade no tronco. Os testes também propiciaram a criação de uma comunicação alternativa, própria para deficientes sensoriais.

“Conseguimos formatar um novo produto que a indústria de turismo vai oferecer”, contou Dadá. Este projeto de experimentação foi finalizado no dia 30/07 e a partir de agora serão oferecidos cursos de capacitação e palestras para as operadoras do país inteiro que queiram atender este novo público. “Não é caridade, é um mercado”, enfatizou o idealizador do projeto, que também é fotógrafo e jornalista profissional. No total são mais de 24,5 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais no Brasil.

Aventura gratuita – Uma outra iniciativa voltada aos deficientes e totalmente gratuita é a do gaúcho Silvio Zonatto, de 54 anos. O profissional da área de Educação Física desenvolveu em sua própria casa, localizada no município de Vespasiano Correa, no interior do Rio Grande do Sul, um núcleo de aventura para portadores de necessidades especiais.

No local, que tem 204 hectares, os amputados, paraplégicos e portadores de síndromes podem praticar rappel numa ponte de 143 metros, rafting no Rio Guaporé, que é afluente do Taquari-Antas, além de um passeio off-road e trekking por trilhas. Em suas dependências não há muitas adaptações especiais, apenas a carroceria do jipe é engaiolada, para não ter perigo de quedas, e a cadeirinha é especial. “A dificuldade de acessar a água (no rafting), eu vejo como parte da aventura”, disse Zonatto.

Para manter a estrutura Silvio conta apenas com seus próprios recursos e para as atividades esportivas tem contribuições de equipamentos e acessórios de seus patrocinadores. O maior objetivo de Silvio agora é divulgar a idéia e incentivar outras pessoas a desenvolverem projetos para deficientes. Os interessados podem ir com entidades ou então formarem grupos por conta própria. Silvio oferece a estrutura e hospedagem. Os visitantes que forem por conta própria precisam arcar apenas com a alimentação e caso pernoitem, a roupa de cama.

Serviço:

  • Aventura Especial
    – site: www.aventuraespecial.com.br
    – e-mail: contato@aventuraespecial.org.br

  • Refúgio Explorer
    – e-mail: refugioexplorer@pannet.com.br
    – telefone: (51) 3751-1635

    Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim

    Last modified: agosto 24, 2007

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