Carlos Eduardo Levy (foto: Tom Papp/ www.webventure.com.br)
Aproximadamente 80 escaladores estiveram presentes no Sesc Ipiranga na tarde fria deste sábado para a terceira edição do SP Open de Boulder. Dois blocos foram montados no jardim do Sesc, com quatro faces cada, proporcionando 24 boulders para a fase classificatória, em forma de festival, e mais seis para as finais. Na categoria Master, Carlos Eduardo Levy e Tahís Makino foram os melhores e levaram o prêmio de R$ 1.200 e R$ 600, respectivamente.
Resistência e movimentos aéreos foram a marca desta edição do Open. O desenho e escolha de cada problema ficaram por conta da parceria entre os route-setters Ricardo Schen e Gabriel de Jesus.
A final do masculino foi apertada, após a tarde inteira de escalada, a decisão começou por volta das 20h, com três boulders novos. Diversos escaladores mandaram o primeiro boulder à vista, já o segundo foi mais difícil, com poucas opções de apoio para os pés e exigindo muita resistência. Vários escaladores desistiram e pularam para o terceiro boulder, mas Carlos Levy, Matheus Veloso e Rafael Silva permaneceram e foram os três que compuseram o pódio. Nenhum escalador finalizou o terceiro boulder na meia hora estipulada para a final.
Para o campeão, a estratégia foi fundamental. Meu estilo é mais de tentar fazer sempre à vista. Demoro mais que os outros, mas consegui me poupar na classificatória. Cheguei, fiz cinco boulders difíceis à vista, consegui uma boa pontuação e, como sabia que estava garantido para a final, passei o resto do tempo descansando, comentou Carlos Eduardo. Estava muito bem hoje, confiante. Poupar foi fundamental, ficou claro que muitos escaladores se cansaram na final. Caíram em agarras que nem eram tão difíceis, mas a mão simplesmente abre, completou.
Premiação – Já no feminino Thaís Makino começou a final com vantagem. Foi a única a mandar o primeiro boulder à vista e teve tempo para se preparar e descansar para o segundo. As vias foram diferentes das montadas para o masculino, mas com as mesmas características de elasticidade e resistência. Thaís passou quase cinco minutos lendo cada movimento do segundo boulder e conseguiu o top na primeira tentativa. O terceiro, no entanto, foi mais difícil e nenhuma escaladora terminou.
Ao todo, a terceira edição do Open distribuiu R$ 3 mil em premiação. O que acabou atraindo escaladores que geralmente ficam longe das competições. Os irmãos Thiago e Matheus Veloso vieram de carona de Viçosa (MG) até São Paulo para competir. Além de ser um evento bem organizado, o dinheiro nos atraiu bastante. Queremos melhorar o centro de escalada gratuito que montamos em Viçosa, no nosso sítio. Tem gente escalando todos os dias, mas a parede é pequena, disse Matheus, que terminou com a terceira colocação e conseguiu R$ 300 para o centro de escalada.
Rafael Silva veio do Distrito Federal para competir, e terminou na segunda colocação. O brasiliense é mais acostumado com rocha, já que os muros de Brasília são bem pequenos, mais para a galera começar no esporte. Além do estilo diferente, o frio e a garoa paulistana dificultaram para ele. Cheguei aqui e passei frio demais. Uma amiga tinha comentado sobre a garoa paulistana e não entendemos direito. Hoje sentimos na pele, comentou. Saí de Brasília pensando no pódio, fiz todos os boulders pretos [mais difíceis] da classificatória. Terminei contente com o resultado, concluiu. O brasiliense voltou com R$ 600 para casa.
Diferente dos outros vencedores, dinheiro não foi o foco principal para a campeã do feminino. Tentei não pensar nisso para não ficar nervosa. Geralmente já passo mal em finais, se ficar me cobrando ia ser pior ainda. Não tive cobrança nenhuma em casa, a maior é a minha própria, contou Thaís, que vem de família de escaladores. Estava com muito medo de ir muito mal, então me motivei mais para essa competição, concluiu a atleta, que também venceu a etapa final do Paulista de Escalada, disputada no fim de semana passado no mesmo local.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: setembro 29, 2007
