Rodolpho Mattheis estréia na equipe Petrobras (foto: André Chaco/ www.webventure.com.br)
Mesmo antes da largada, já é certo que o Rally dos Sertões 2008 ficará marcado na história. Pela primeira vez em 16 anos a prova fará parte do Campeonato Mundial de Rali Cross-country para Carros desde 2005 a prova já vale como Mundial para motos e quadriciclos.
A novidade foi levada em conta na hora de criar o percurso da prova. O Sertões 2008 terá em dois dias diferentes a etapa mais longa da história e a especial mais difícil que já foi feita no rali, como avisou Marcos Moraes, presidente da Dunas Race, no primeiro briefing da prova, realizado na noite de ontem em São Paulo.
Parte das principais equipes estrangeiras, como a Volkswagen e a BMW já confirmaram presença na prova, como adiantou o Webventure em março. Segundo informações da Mitsubishi brasileira, a equipe de fábrica internacional ainda não sinalizou que pretende participar do Sertões 2008.
Marcos Moraes afirma que está curioso para ver os competidores e equipamentos das principais equipes do mundo competirem em solo brasileiro e enfrentar dificuldades incomuns nas provas fora do país. Estou ansioso para vê-los andar no Brasil. Temos características que são exclusivas do Rally dos Sertões aqui no Brasil, como mata-burros, pontes de tora com vão central. Tenho certeza que isso será uma novidade par os pilotos estrangeiros e são importantes dentro da navegação do rali. Vamos ver o que eles serão capazes de fazer.
Concorrência – O piloto atual campeão do Rally dos Sertões nos carros, Maurício Neves, acredita que conseguirá competir de igual para igual com os estrangeiros, com a vantagem de conhecer o ambiente da prova. Acho que sou o maior dos otimistas. Acredito que os brasileiros podem ter vantagens. O nosso rali é muito diferente do que eles estão acostumados. Estou acompanhando o Dakar Series, que passa nesta semana por especiais travadas e não muito longas, o número de acidentes é muito grande, o pessoal não está acostumado, avalia.
Não vamos fazer só figura, acredito que vamos andar entre os estrangeiros, vamos ganhar uma ou outra etapa. Estamos com carro novo, acho que construímos um bom carro. Espero representar bem. Ganhar de novo vai ser muito difícil, comenta o piloto.
Na penúltima edição do Por Las Pampas, em que as equipes internacionais da Volkswagen e Mitsubishi estiveram presentes, Neves e seu navegador Clécio Maestrelli venceram a primeira especial, com o carro brasileiro, que teve piso duro e trilhas travadas o mesmo padrão da maioria das especiais do Sertões 2008. Conhecemos os carros deles, sabemos qual é o potencial de cada um, e se as especiais forem técnicas, travadas, com esse número de pontes e mata-burros que a organização apresentou, sabemos que vamos andar muito bem. Já nos trechos que for mais quebradeira os estrangeiros levam a vantagem, reconheceu Maurício Neves.
Os brasileiros que competem de moto no Rally dos Sertões já estão acostumados, desde 2005, com a presença de competidores estrangeiros fortes na prova brasileira. Campeões mundiais como o francês Cyril Despres e o espanhol Marc Coma já venceram o Sertões.
Ter os estrangeiros aqui eleva o nível dos brasileiros. Vamos procurar andar no ritmo deles, para nós é muito bom tê-los aqui, afirmou Rodolpho Mattheis, que integra a partir deste ano a equipe Petrobras Lubrax, na posição que foi ocupada nos últimos anos por Jean Azevedo. Jean fará sua estréia nos carros no Sertões 2008
Para Thiago Fantozzi a abertura total da prova para o Campeonato Mundial e o cancelamento do Dakar fará com que o rali deste ano tenha muita visibilidade e, por causa disso, a preparação para esse ano foi ainda mais forte.Percebemos com o passar dos anos que a parte física e navegação são muito importantes no rali. Ainda é cedo para avaliar, mas acredito que teremos especiais bem difíceis. Acho que quem souber poupar a moto e o físico irá se dar bem, disse o piloto.
Categorias – A vinda de veículos estrangeiros e a inclusão do Sertões no Campeonato Mundial mexeu com as categorias da prova. Com isso, a maioria carros brasileiros não poderão entrar na classificação do Mundial. Para o estreante na modalidade Jean Azevedo, não será desvantagem. O que mais importa nesse rali é a classificação geral, e não o resultado por categoria. Pelo visto teremos etapas com grandes chances de quebra. Será preciso poupar o equipamento e ter muita paciência, já que as etapas são longas, avaliou Jean.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: abril 25, 2008