Ralis invadem Rio Grande do Norte e do Sul nesse fim de semana - Webventure

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Ralis invadem Rio Grande do Norte e do Sul nesse fim de semana

Redação Webventure/ Offroad

Rio Grande do Sul recebe Rally de Erechim (foto: Divulgação)
Rio Grande do Sul recebe Rally de Erechim (foto: Divulgação)

O fim de semana estará agitado por ralis nos dois extremos do país. Acontecem ao mesmo tempo o Rally Internacional de Erechim (RS), válido pelo Campeonato Sul-americano de Rally de Velocidade 2008, como a segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade 2008, e ainda como a primeira e segunda etapas do Campeonato Gaúcho de Rally de Velocidade 2008, e o Rally RN1500, que larga em Natal (RN), e é válido como terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Cross-Country para motos e quadriciclos e homologatória para Carros e Caminhões.

Cada prova é válida por um campeonato e por uma modalidade diferente, cross-country e velocidade, mas dividem uma semelhança: acontecem em um ‘Rio Grande’. Um do Norte e outro do Sul.

E as diferenças entre as provas não são somente com relação à técnica que cada uma exige, mas como os cenários que as cercam. No Rio Grande do Sul, a prova acontece na cidade de Erechim. Já no Rio Grande do Norte, a capital Natal será de onde os pilotos sairão rumo à cerca de 1000 quilômetros de prova pelo interior do estado e para onde retornarão após o desafio.

Não são só os ‘Rios Grandes’ e as máquinas que correrão os ralis que unem os dois eventos. A Mata Atlântica é um dos elos das provas, já que ela acompanha o litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul (regiões nordeste e meridional), e tinha originalmente 1.290.692,46 km², ocupando 15% do território brasileiro. Atualmente o remanescente é 95.000 km², ou seja, 7,3% da área original

E o que será que cada uma vai apresentar para pilotos e para o público que irá competir e acompanhar as provas entre os dias 30 de abril e 4 de maio? Confira nessa matéria especial.

*Colaborou Marcelo Iglesias/ Webventure

Com o nono maior território do país, o Rio Grande do Sul, ao longo dos seus 281.748,538 km², é composto por uma vegetação diversificada entre os Pampas Gaúchos, ou Campana, a Mata das Araucárias, ou Pinhais, e pela Mata Atlântica.

O Estado conta com o quarto maior PIB do país, sendo ultrapassado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de ser o quarto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e tem a quinta maior população do país, com quase 11 milhões de habitantes, segundo o IBGE de 2006.

Com clima subtropical úmido, as estações do ano são razoavelmente definidas no Rio Grande do Sul, predominando o clima frio e verões amenos. No inverno, cidades como Bom Jesus e São José dos Ausentes chegam a marcar -6ºC e sofrem com freqüentes geadas.

A região já sofreu com um fenômeno completamente atípico no Brasil, um furacão, que se formou no Estado em 24 de março de 2004 e se dissipou no dia 28 do mesmo mês, atingindo 160km/h e causando um prejuízo de R$ 250 milhões de danos. Além dele, cinco tornados já passaram por cidades gaúchas, entre os anos de 1999 e 2005.

Furacões em velocidade – Agora os gaúchos devem sofrer mais uma vez com esses furacões, mas não serão esses fenômenos naturais que irão agitar os pampas, e sim os carros que irão disputar a 11ª Edição do Rally Internacional de Erechim, que podem chegar a 210km/h, como na classe N4, a mais potente delas, que conta com carros com tração integral, motor de no máximo 2.0 e auxílio de turbina.

Além dos “furacões” da classe N4, participarão do rali outras seis classes, entre elas a Super R, que já existia no Campeonato Argentino de Rally de Velocidade para carros Impreza WRX da marca Subaru. Em Erechim, a única diferença entre eles e os da N4 será a ausência de turbinas. Na categoria N3, correrão carros com tração simples e motor de até 2.0. Já a N2 será subdividida em N2 e N2 Light, onde competirão pilotos que nunca foram campeões nacional ou internacional.

As categorias A7 e A8 serão excluídas no Rally de Erechim, e para os carros fora de homologação, a R1 será válida apenas para o Campeonato Gaúcho.

Ao todo serão 14 especiais somando 160 quilômetros cronometrados. As especiais e o super prime de sábado acontecerão em Erechim, e as de domingo, em Gaurama, cidade vizinha, sendo a primeira largada em Erechim com chegada em Gaurama, e a segunda com largada em Gaurama e chegada em Erechim.

A cidade que será sede do rali do Rio Grande do Sul, Erechim, é a 21ª mais populosa do Estado, com mais de 92 mil habitantes, e fica localizada no norte, na região do Alto Uruguai, sob a cordilheira da Serra Geral.

A sua formação começou em 1908 com imigrantes italianos, poloneses, alemães e israelitas, e sua fundação foi dada em 30 de abril de 1918. Ou seja, durante o primeiro dia de prova, Erechim estará comemorando 90 anos de sua fundação e 100 anos de existência.

E o presente pode ficar por conta dos pilotos e navegadores brasileiros que há três anos não conseguem uma vitória no rali. A expectativa é em cima de alguns nomes nacionais, como as duplas da Chevrolet Ulysses Bertholdo/ Armando Miranda e Bernardo Koller/ Sidinei Broering, que fizeram a dobradinha em Pomerode (SC), na primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade, e que correm pela categoria N2, além dos vencedores do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade 2007, Édio Füchter/ Gilson Jablonski, e Osvaldo Scheer/ Gilson Rocha, campeões da primeira etapa do campeonato, na N4.

O Estado nordestino do Rio Grande do Norte é o 22º maior do país, ou seja, atrás dele ficam somente cinco Estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal), possuí uma área de 52.796,791km² e tem uma população estimada, de acordo com o IBGE de 2005, de 3 milhões de habitantes, sendo o 17º mais populoso do país.

A vegetação é composta por mangue no litoral, faixa de floresta tropical, Mata Atlântica e caatinga a oeste do Estado.

As terras potiguares são as mais avançadas no Oceano Atlântico de todo o Brasil e por esse motivo americanos estabeleceram uma base aérea no Estado durante a Segunda Guerra Mundial, na chamada “Esquina do Brasil”, graças ao ângulo que se forma no litoral. Essa região é o ponto brasileiro mais próximo dos continentes europeu e africano.

O Rio Grande do Norte tem como principal atividade econômica a extração de petróleo, sendo o maior produtor em terra do Brasil e um dos principais fornecedores de gás para a região nordeste. Também destaca-se na região a extração de sal, tornando o estado o maior produtor brasileiro.

A capital – Fundada em 25 de dezembro de 1599, daí o nome da cidade, Natal, a capital do Estado, é o mais populoso dos municípios potiguares, com uma população estimada pelo IBGE em 2007 de mais de 774 mil habitantes.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Natal é uma das 15 cidades menos violenta do país e a capital mais segura do Brasil.

E é lá que o Rally RN1500 começará no dia 30 de abril e passará por várias cidades do interior e litoral do Estado até retornar para a capital, em 4 de maio, percorrendo 1500 quilômetros entre trechos de praia, areia, dunas e barros.

O rali será válido pela terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross-country 2008 para motos e quadriciclos. Este ano também a prova será homologatória para o Campeonato Brasileiro de Rally Cross-country para carros e caminhões de 2009 e terá a supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), e da Federação Potiguar de Automobilismo (FPA). Albert de Oliveira será o comissário técnico da comissão de rally nacional da CBA que supervisionará a prova.

O clima tropical da região favorece a economia baseada na agricultura, que tem alicerce na produção de cana-de-açúcar e na fruticultura irrigada que beneficia o cultivo de manga, melão, caju, acerola e melância que não sofrem com a estiagem e são quase que totalmente destinado ao exterior, principalmente para a Europa.

Mas estiagem não foi bem o que os potiguares viram nos últimos tempos. Ocorre neste período o que chama de “Sertão Verde”, com fortes e intensas chuvas que atrapalharam não só a população como a organização do rali, que teve que mudar o percurso da prova em cima da hora, graças ao grande volume de água que bloqueou estradas, pontes e impossibilitou a passagem de carros, motos e quadriciclos por certas cidades.

Diante do imprevisto, restou apenas aos organizadores repensar o percurso para que ele desviasse das áreas afetadas pela chuva e ainda proporcionasse aos pilotos uma corrida técnica, com grande nível de exigência com relação à navegação e que os levasse para locais bonitos do Rio Grande do Norte.

Além da capital, o rali levará atletas e acompanhantes da prova para Sítio Novo, Currais Novos, Angicos, Afonso Bezerra, Mulungu, Caiçara, Guamaré e outras cidades do Rio Grande do Norte, num percurso com cerca de 1000 quilômetros que terá muita paisagem bonita, incluindo as famosas dunas.

O Rally RN1500 começará em Natal, chamada de Cidade do Sol, graças ao grande número de dias de sol, que chega a 300 em um ano.

Diante do “Sertão Verde”, talvez não seja bem o ‘astro rei’ que receba os pilotos que correrão pelas categorias Marathon, Production, Super Production e Brasil nas motos, Production Diesel, Production e Protótipos nos carros, além dos que correrão nos quadris na capital do Rio Grande do Norte, já que a chuva tem sido a grande temida nos últimos dias.

Mas a cidade, classificada em 1942 durante a Segunda Guerra Mundial como ‘um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo’ pelo Departamento de Guerra dos EUA, por ser a ‘Esquina do Brasil’, irá aquecer os pilotos e os motores das máquinas que disputarão o RN1500 com o briefing da prova, a largada e a chegada dos cerca de 20 carros, 70 motos e 7 quadris.

E se a natureza e as belezas do Rio Grande do Norte serão o cenário do RN1500, um cuidado há de ser tomado. Pensando nisso, os organizadores farão o primeiro rali que irá zerar sua emissão de gás carbônico.

Já foram tomadas providências como a parceria com a equipe de corrida de aventura Unicred Carbono Zero, que foi com várias crianças da cidade de São José do Mipibu (RN) plantar três mil mudas de árvores às margens do Rio Mipibu para anular a emissão de carbono. A ação foi válida também para a corrida de aventura Brasil Wild Extreme, que aconteceu em abril e percorreu cidades do sertão da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

Outras ações tomadas foram a criação de uma categoria movida a álcool, a implantação uma equipe de cata-lixo na trilha, além dos carros dos organização usarem apenas biodiesel.

Será feita também uma cartilha de meio-ambiente para distribuição durante o rali, palestra sobre o meio-ambiente nos briefings e nas cidades do roteiro, e redução do consumo de papel por meio da diminuição das impressões, uso de papel reciclado ou eco-eficiente quando necessário.

Desta forma, defende-se não só a questão do esporte aliado ao ecoturismo, como também o título que Natal recebeu da NASA (EUA), em 1994, de ‘o ar mais puro das Américas’.

Os amantes de velocidade e de desafios poderão acompanhar a cobertura especial do Webventure no Rally RN1500 e no Rally Internacional de Erechim a partir desta quinta-feira (1). Nossas equipes de reportagem estarão nos dois extremos do país trazendo até você todas as informações, reportagens e entrevistas exclusivas e muitas fotos.

Só o Webventure te leva das dunas potiguares aos pampas gaúchos em um clique, então basta você escolher qual Rio Grande o atrai mais, o do Norte ou o do Sul. Em caso de dúvida não exite e fique com os dois!

Serão quatro dias de muito ronco de motor, obstáculos, velocidade e principalmente aventura, desafios e uma bela paisagem que acompanhará as duas competições.

Acompanhe a Cobertura On-line

  • Rally RN1500
  • Rally Internacional de Erechim

    Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi

    Last modified: maio 1, 2008

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