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Campeã de Alcatrazes, tripulação do Handycam homenageia Jorge Zarif

Redação Webventure/ Vela

Handycam  antigo Aires IV  foi o melhor no tempo corrigido (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)
Handycam antigo Aires IV foi o melhor no tempo corrigido (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)

O veleiro campeão da Eldorado-Alcatrazes neste domingo tem um currículo invejável. Já foi campeão da Semana de Vela de Ilhabela nas mãos de velejadores olímpicos como Eduardo Souza Ramos e Jorge Zarif.

O último título do barco, então chamado Aires IV, foi em 2005 sob o comando de Zarif. O velejador faleceu em março vítima de um enfarto. No início do ano, porém, vendeu o Aires para Marcos Ferrari, e o veleiro foi rebatizado como Handycam.

“Esse barco tem uma energia especial para nós. No momento em que o Jorge vendeu esse barco para mim ele disse que gostaria que toda a alegria e energia da equipe continuasse nele. E realmente tem acontecido. Costumamos dizer de vez em quando que o Guga [apelido de Zarif] está presente em alma junto conosco. Desde que começamos o projeto com esse barco muita coisa tem dado certo para nós”, lembrou Ferrari.

A primeira vitória do Handycam, ainda no início do ano, foi dedicada ao antigo comandante, e após o título da Eldorado-Alcatrazes 2008 a tripulação prestou uma homenagem a Zarif. “Lembramos muito dele nesta vitória em Alcatrazes”.

A regata – Para Ferrari, a escolha dos lugares certos foi crucial para a vitória no tempo corrigido da regata. “O trabalho todo na regata foi encontrar os pontos de maior intensidade de vento. Quando estávamos nos aproximando da chegada percebemos o Mitsubishi e o Loyal Red Nose em um buraco de vento, e optamos pela estratégia traçada pelo nosso navegador, Carlos Matos, que acordou cinco da manhã para analisar a raia. Acreditamos que o vento iria permanecer vindo do mar, velejamos sempre nessa direção e isso nos rendeu uma excelente performance na ida e na volta”, analisou o comandante.

O Handycam cruzou a linha de chegada velejando apenas com a vela de proa, a Genoa. Próximo da chegada o vento aumentou repentinamente e estourou a driça, cabo que levanta a vela principal no mastro. “Em um segundo estávamos com a vela mestra jogada no deck do barco. O mais curioso é que o vento aumentou tanto que só com a Genoa conseguimos velejar bem por duas milhas e meia até a chegada, sem prejudicar nosso resultado final”, contou Ferrari.

Mesmo com a vitória na regata mais importante da Semana de Vela de Ilhabela, a tripulação não está tranqüila para as próximas. “Sabemos que essa regata de percurso é mais simples, as barla-sota que estão por vir são mais complicadas, bem mais técnicas”, avaliou. A marcação da concorrência também preocupa o comandante. “Com a vitória nós ficaremos mais visados. Na largada da Alcatrazes já observamos os adversários em uma marcação muito intensa”.

Esta segunda-feira foi dia de descanso para os velejadores em Ilhabela. A programação da Semana de Vela continua nesta terça-feira com as primeiras baterias de regatas Barla-sota. Divididos por cada classe, os veleiros fazem um percurso contornando bóias diversas vezes.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: julho 7, 2008

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