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Filme Uruca vence Mostra Nacional Banff como melhor filme e diretor

Redação Webventure/ Montanhismo

Animação Uruca foi o grande vencedor (foto: Reprodução)
Animação Uruca foi o grande vencedor (foto: Reprodução)

Direto do Rio de Janeiro (RJ) – O curta carioca Uruca venceu, na noite de sábado (25), o 8º Festival Internacional de Filmes de Montanha Banff. A premiação do diretor da animação, Erick Grigorovski, foi realizada pelas mãos do Presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada, Silvério Nery.

Erick recebeu o troféu de melhor filme, votado pelo júri oficial, e melhor diretor pelo voto popular e declarou: “Estou muito feliz, pois escrevi o filme especialmente para participar deste festival. Agora, estou neste palco tremendo igual ao Hugo (personagem animado do Uruca). Coloquei várias histórias em um ‘carinha’ só e deu certo”, brincou ele.

O diretor geral do festival, Alexandre Diniz, premiou também o melhor filme elegido pelo voto popular, concedido ao Culinária Casca Grossa, dos diretores Gustavo Abah e Gustavo Piancastelli.

O voto popular elegeu ainda a melhor trilha sonora que foi para a produção de Goiânia Infinito, de Stefano Braggio e a melhor fotografia concedida a Ápice, de Guilherme Neto.

A premiação ocorreu logo após a exibição da mostra do Tour Internacional Banff que, neste último dia de exibição, foi sensacional. Confira as resenhas sobre as produções internacionais da noite, incluindo o vencedor Banff de 2007 pelo voto popular, o canadense Trial &Error – um verdadeiro espetáculo em duas rodas.

Além da premiação nacional, a noite foi marcada pela exibição de algumas produções internacionais brilhantes, ‘filé mignon’ para quem gosta de aventura, seja escalada, canoagem, monociclo, speedflying ou mountain bike.

O canadense Inner Balance – Monociclo, mostra alguns dos maiores ciclistas do Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália inventando novas formas de andar em uma roda só, com saltos incríveis e trials riding em um enorme bike park coberto. Inacreditável o que eles fazem com o monociclo!

Em seguida, foi a vez do francês Rock Wings Speed Flying, que em 3 minutos mostra dois ‘soul flyers’ executando o vôo mais perto do solo da história, realizado no Eiger e Jungfrau, na Suíça.

Em seguida, a animação Climber apresenta em 2 minutos um alpinista na neve, encarando seus demônios interiores.

A sessão de sábado no Cine Odeon cresceu ainda mais com a exibição do americano The Endless Knot – Alta montanha e cultura, que trouxe ao telão Alex Lowe (morto em 1999 por uma avalanche), seu amigo sobrevivente Conrad Anker, a viúva de Alex e seus 3 filhos, pré e pós tragédia.

A história real é, sem dúvida, comovente. Conrad sobrevivou à avalanche que soterrou a dupla durante uma escalada do Shishipagna, montanha tibetana no Himalaia

Amor, culpa, doação e o nó infinito são profundamente explorados nesta produção. O nó infinito, que dá nome ao filme, é utilizado como símbolo para transmitir a mensagem de que tudo nesta vida está conectado, onde passado, presente e futuro interligam-se de forma misteriosa.

Mesmo assim, a produção traz uma história leve e linda, que ao final de tudo, nos leva ao Vale do Khumbu. Para descontrair, uma versão nepalesa da música “Ice, Ice baby” diverte a platéia.

Entre muitas citações sobre acontecimentos da vida e sua reconstrução após uma grande perda, Conrad declara no filme: “Todas as tempestades passam. O amor cura muita coisa.”
Depois disso, resta alguma dúvida de que The Endless Knot é extremamente sensível?

No mínimo, o filme foi uma forma de Conrad explicar ao mundo, de uma forma plena e aberta, razões compreensíveis que o levaram a dar continuação ao papel de Alex, como pai e marido presente. Afinal, “seja como for, a vida continua”.

O curta In-flux trouxe à comunidade presente na noite de sábado, imagens alucinantes de caiaque, filmadas em águas da Itália, Canadá, Noruega, Ilhas Reunion, com fotografia e trilha sonora primorosa.

As manobras de caiaque nas ondas próximas a Montreal são impressionantes, assim como a queda dupla nas corredeiras de Oslo. A produção de canoagem dura 17 minutos e é imperdível para quem gosta de muita adrenalina e belezas naturais.

Para finalizar a noite com chave de ouro, nada mais apropriado do que Trial & Error, melhor filme eleito pelo voto popular no Banff 2007.

No curta, o ciclista de mountain bike Ryan Leech pedala em uma trilha litorânea de British Columbia, preocupado com o desmatamento que compromete a floresta e a trilha.

Os ‘takes’ fechados nas duas rodas da bike, que percorrem com equilíbrio e precisão estreitos pedaços de tronco, deixam qualquer um perplexo. A edição é brilhante e completa a performance impecável de Ryan.

A trilha sonora de Wicked Lester dá o toque final aos 8 minutos desta maravilhosa produção canadense, dirigida e produzida por Bjorn Enga, da Radical Films.

Este texto foi escrito por: Janine Cardoso

Last modified: outubro 26, 2008

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