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Vencedores do SP Open de Boulder falam sobre a competição

Redação Webventure/ Montanhismo

Evento começou com as crianças (foto: Tom Papp)
Evento começou com as crianças (foto: Tom Papp)

A Virada Esportiva, que aconteceu no último fim de semana (15 e 16), em São Paulo (SP), contou com o 4º SP Open de Boulder, no Parque do Ibirapuera. O evento foi dividido em duas partes, sendo a primeira delas o Festival, que premiou os dois campeões, das categorias masculina e feminina, com uma passagem para o Chile para participar do “7º Abierto Sudamericano Lippi”, que acontece de 21 a 23 de novembro. A segunda parte foi no domingo (16) quando o boulder estava aberto ao público, com instrutores disponíveis.

César Grosso, o Cesinha, e Thais Makino foram os campeões e embarcam nesta quarta-feira (20) para o Chile. Para Cesinha, a disputa foi acirrada porém a final da competição foi muito mais disputada entre ele e seus concorrentes, de acordo com escalador. Já Thais considera as finais do feminino mais fáceis do que as classificatórias.

“Este Open estava com a disputa bem acirrada. Passamos para as finais com pouca diferença de pontos entre nós (competidores), e nas finais e diferença foi ainda menor. A disputa foi feita movimento a movimento em cada tentativa de cada boulder, e somente na última tentativa minha do último boulder que pude ‘virar o jogo’. Sem dúvida um dos campeonatos mais emocionantes que já participei”, contou Cesinha.

O escalador explica que o formato da final do SP Open de Boulder “não permite erros”, já que são três tentativas em cada um dos quatro boulders. “O 1° boulder era o que tinha mais minha cara, meu estilo e, ironicamente, foi o que eu me sai pior, sabia que corria risco de não levar o campeonato assim que passamos para o 2° boulder”, relembrou Cesinha.

Concentração – Dali em diante ele se focou no terceiro boulder, esquecendo as dificuldades passadas. “Foi como se fosse o último da minha vida, não parei de pensar em cada um deles, seqüencialmente”. A técnica e a concentração deram certo e fizeram com que ele completasse os boulders seguintes, garantindo o título. “Sei que a diferença foi no foco, na concentração”, completou.

Atual campeão brasileiro e sul-americano de Boulder, Cesinha participou de diversas competições este ano, mas nada que desse a ele a tranqüilidade de competir durante a Virada Esportiva na certeza de um bom resultado.

“Muito pelo contrário, pois sei que pela boa fase que passo, outros atletas também deram um ‘gás’ a mais. Tive que me superar em todos os sentidos pra conquistar mais esse campeonato, além disso, durante todo o ano eu treinei para vias e não para boulders, o foco do treino mudou há duas semanas, o que não é nada dentro de uma temporada”, explicou.

E para o Chile, Cesinha já traçou sua estratégia, mesmo com pouco tempo de preparo para a competição. “Esta semana estou escalando leve alguns boulders, pegando repertório e o ‘time’ da seqüência de bolders do campeonato. No Chile serão três dias de campeonato, um pouco desgastante pra modalidade, e por isso pretendo passar em cada fase com o mínimo de esforço, sem pontuar entre os primeiros, assim no dia 23 (o dia “D”) posso me ‘explodir’ nas finais”, revelou.

E se para Cesinha o ano de 2008 foi repleto de competições e de títulos importantes, Thais Makino esteve durante o ano longe dessas disputas. “Moro em Campinas (SP) há dois anos e lá não tem onde treinar, então durante os três primeiros semestres desde que me mudei para lá para estudar, eu só treinava aos finais de semana, em São Paulo (SP). Já nesse semestre eliminei algumas matérias da faculdade e tenho vindo durante a semana treinar”, contou a escaladora.

Ela analisa as finais do SP Open de Boulder como mais fáceis que as disputas do Festival. “A final foi menos preocupante. No Festival tinham os boulders amarelos, os mais fáceis, os vermelhos, que completei todos de primeira, e os azuis, que eram os mais difíceis e de dois, somente um eu completei na primeira tentativa”, explicou.

Para ela, mesmo longe das competições, a parte mais difícil do Open foi lidar com o psicológico. “Em um boulder vermelho tinha um bote e aquilo me assustou muito, fiquei com medo de não completar. O que facilitou foi que durante o festival tinha bastante gente vendo e me incentivaram muito, inclusive a minha irmã me incentivou a ir nele”, falou ela sobre a também escaladora Ana Makino.

Planejamento – Visando a competição que aconteceu no Parque do Ibirapuera, Thais começou a se preparar nas férias do curso de Artes Visuais, que faz na UNICAMP, em julho deste ano. Porém a premiação da competição, uma passagem para participar do do “7º Abierto Sudamericano Lippi”, no Chile, já estava em seus planos há meses.

“No começo do ano eu ia para outra competição no Chile mas sofri um acidente de carro e não pude ir porque fiquei algum tempo me recuperando, com a perna inchada, e adiei a passagem para novembro para participar desta competição, e agora ganhei a passagem”, relembrou.

Thais pondera que no Chile sua maior dificuldade será o cansaço, já que serão três dias de competições. “Acho que no segundo dia já estarei bastante cansada, então tenho que me preparar e descansar bastante lá”, disse.

O 4º SP Open de Boulder foi organizado pela APEE – Associação Paulista de Escalada Esportiva -, com estrutura montada pela Tectom Soluções Verticais dentro da Virada Esportiva paulista, no Parque do Ibirapuera. Graças ao público presente no parque, o evento contou com mais de mil pessoas no domingo (16), quando o Boulder foi aberto ao público, que contou com suporte de instrutores.

“No Festival de sábado (15), que começou com a prova infantil, tivemos 46 crianças de até 13 anos participando. Eram crianças que já praticam escalada em equipamentos de suas escolas”, contou o organizador Tomás Gridi Papp.

Já na disputa das outras categorias, 70 escaladores participaram do desafio das 10h às 14h30. As finais aconteceram às 16h. “O Festival foi sem surpresas com relação aos vencedores. E o nível técnico em geral estava superbom. E ainda contamos com os espectadores, que era o público presente no parque”, explicou Papp, que disse ainda que a organização se preparou para o grande fluxo de pessoas, já que o boulder estava em um dos locais mais movimentados aos finais de semana na capital paulista.

Confira o resultado final do 4º SP Open de Boulder

MASTER FEMININO
1 THAIS MAKINO SHIRAIWA
2 ANA PAULA VELOSO
3 JANINE CARDOSO

MASTER MASCULINO
1 CESAR GROSSO
2 ANDRE BEREZOSKY
3 STEFANO MASTROCOLA

INTERMEDIARIO FEMININO
1 MARIELLA VELLOSO
2 ANDRE SCHIMIDT
3 MARIANA MARCONDES

INTERMEDIARIO MASCULINO
1 EDILSON OSORIO
2 MARCELO BALESTERO
3 DAVID HENRIQUE

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi

Last modified: novembro 18, 2008

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