Torben encara últimas posições da etapa (foto: Dave Kneale/ Volvo Ocean Race)
Torben Grael e a tripulação do Ericsson 4 seguem no fim da flotilha após cinco dias de disputa na quarta perna da Volvo Ocean Race, que ainda tem cerca de 1200 milhas para os primeiros barcos chegarem ao fim, em Qingdao, na China. A novidade que os barcos encaram nesta etapa são os ventos mais fortes, que não tinham ocorrido até então. Mas a previsão não anima o comandante brasileiro, que assumiu a 6ª posição, depois de deixar a última colocação para o Green Dragon. Os ventos devem soprar nos mares da China entre 40 e 50 nós.
As coisas aqui estão feias e não esta fácil sair de uma situação que justamente não queríamos Nossa intenção antes da saída era ir pelo outro lado da zona perigosa.
Infelizmente a rondada de direita nunca vinha e acabamos sendo levados para a direita junto com os outros. As três previsões de que dispomos diziam que os ventos iriam permanecer da direita e estávamos ali embolados com todos os outros.
Ai, pegamos uma rondada de 40 graus na cara, cambamos e voltamos a barlavento dos outros a uma distancia de vista, menos de dez milhas. Ali ficamos, infelizmente . O vento para a gente foi indo cada vez mais para a esquerda nos deixando sem opção.
De noite ainda conseguimos diminuir o prejuízo um pouco, mas já agora de manhã o vento tornou a ir pra esquerda dificultando novamente as coisas ainda mais.
O determinante e que todas as informações de que dispúnhamos diziam para não ir na zona perigosa pois o risco era alto demais , com sondagens realizadas por procedimentos utilizados há quase 90 anos atrás além de problemas de disputas territoriais.
Alguns recifes vão de 2000 metros até a superfície em uma área de apenas 15 milhas. Vários estão em local diferente e alguns não estão citados na carta. Bem agora isso não importa. Estamos quase 100 milhas atrás de todos a exceção dos nórdicos que fizeram algo semelhante ao que fizemos.
Ainda falta muita água daqui a Qingdao . Ainda estamos em pleno verão com enormes cumulus no final do dia e muito calor e suor. Daqui a poucos dias vai dar saudade… A tendência agora e eles abrirem mais, pois pegarão o vento mais forte antes.
Pra gente resta seguir tentando e saber que ainda há outras dificuldades no caminho. O ambiente a bordo esta sereno e não há muito mal humor, disse Torben por e-mail enviado diretamente do Ericsson 4 sobre a passagem deles pelos Dangerous Grounds, região à costa da Ilha Palauán .
Liderança – O espanhol Telefonica Black assumiu a ponta da regata deixando o barco de Ken Read, o americano Puma, 4 milhas para trás, na segunda colocação. O comapanheiro do líder, Telefonica Blue, é o terceiro colocado.
Já o Delta Lloyd, que conta com o brasileiro André Fonseca, o Bochecha, é o quarto barco nos caminhos para a China, 31 milhas distante do Black. Ericsson 3 e 4 aparecem na sequência, distantes 2 milhas um do outro, enquanto o Green Dragon, que sofre com problemas após a quebra do estai de proa, está há 4 milhas de Torben.
Todos os barcos optaram por velejar à oeste da ilha Manila, bem próximos à costa, onde o vento se mantém na casa dos 25 nós. Poucos graus à oeste da rota deles, a ventania já aparece causando ventos de 40 nós. Em 12 horas, de acordo com a previsão, se todos seguirem a mesma rota, terão ventos de 30 nós.
Este texto foi escrito por: Redação Webventure
Last modified: janeiro 23, 2009