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Waldemar Niclevicz relata início de expedição ao o Hidden Peak e Broad Peak

Redação Webventure/ Montanhismo

Waldemar Niclevicz (à esq.) liderará o grupo na expedição (foto: Divulgação)
Waldemar Niclevicz (à esq.) liderará o grupo na expedição (foto: Divulgação)

Waldemar Niclevicz e Irivan Gustavo Burda iniciaram, no começo do mês, a “Expedição Comemorativa dos 10 Anos da Conquista Brasileira do K2”, na qual a dupla irá homenagear um de seus principais feitos. Para tanto, os montanhistas irão escalar o Hidden Peak e o Broad Peak, 11ª e 12ª montanhas mais altas do planeta, respectivamente. Confira abaixo um relato de Niclevicz sobre o começo de sua viagem:

Já estamos em Islamabad, capital do Paquistão, prontos para seguir rumo ao Karakorum, cordilheira que se encontra ao norte do país, fronteira com a China, onde esperamos tremular a Bandeira do Brasil no alto do Hidden Peak (8.068m) e do Broad Peak (8.047m), em comemoração aos 10 Anos da Conquista Brasileira do K2.

Antes de chegar ao Paquistão, eu e o Irivan passamos uma semana no Vale de Aosta, na Itália, com a intenção de escalar algumas montanhas como treinamento. Infelizmente, um céu carregado de nuvens, vento frio e chuva permitiu apenas que fizéssemos boas caminhadas, tocando as manchas de neve que beiram os três mil metros de altitude.

O ponto alto de nossa passagem na Itália foi justamente a comemoração da escalada do K2, feita por mim e pelos italianos Abele Blanc e Marco Camandona, no dia 29 de julho de 2000. Foi a primeira e, até então, única vez que a bandeira do Brasil tremulou no alto dos 8.611 metros de altitude desta grande montanha, considerada a mais difícil do mundo. Nossa escalada do K2 também foi a conquista “valdostana” desta que é considerada a “montanha dos italianos”, pois foram eles que a conquistaram em 1954.

Palestra – Como Abele e Marco acabaram de voltar do Everest, o qual escalaram sem oxigênio pelo Tibet no último dia 24 de maio, foi realizada uma palestra que fizeram em Aosta, no dia 12 de junho, para lembrarmos juntos a conquista “Brasileiro Valdostana” do K2. O evento foi um grande sucesso, com mais de 300 pessoas se apertando no auditório do Palácio do Governo, em Aosta. Primeiro, todos se deslumbraram com as lindas fotos e relatos do Abele e do Marco sobre o Everest (e do Silvio Mondinele, famoso italiano que já escalou todos as catorze montanhas com mais de oito mil metros, e agora novamente o Everest).

Depois, fui chamado ao palco pelo Abele, que fez questão que eu lembrasse a todos como foram as nossas três expedições ao K2, realizadas em 1998, 1999 e 2000, que culminaram com uma das mais desejadas e sofridas conquistas que já tive em toda a minha carreira de alpinista. O povo italiano ama o alpinismo e sabe bem o que significa escalar o “kapa due”. Todos aplaudiram com entusiasmo, o que me deixou muito emocionado.

Chegamos aqui em Islamabad na segunda pela manhã, após conexão em Dubai, e encontramos o nosso animado grupo. Somos ao total nove pessoas: Hernan (Argentina) e sua esposa Mônica (Colômbia), Lucho e sua esposa Maria (da Colômbia), Darwin (Colômbia) e Duncan e Rodrigo (da Guatemala). Eu e o Irivan vamos escalar primeiro o Hidden Peak com eles, então vamos para o Broad Peak, enquanto eles tentarão o Gasherbrum II.

Hoje, como chefe da expedição, fui até o Ministério de Turismo, acompanhado pelo célebre Ashraf Aman (primeiro paquistanês a escalar o K2, em 1977), para receber a permissão de escalada e assinar uma série de documentos. Ashraf é o dono da Adventure Tours Paquistan, que está provendo toda a logística para a nossa expedição.

Amanhã, acordaremos às quatro da madrugada para seguir rumo a Skardu, situada 750 quilômetros ao norte, de onde finalmente entraremos nas mais fantásticas montanhas do mundo, o Karakorum.

Este texto foi escrito por: Waldemar Niclevicz

Last modified: junho 18, 2010

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