Parede foi construída dentro da casa de Levy (foto: Arquivo Pessoal/ Carlos Eduardo Levy)
Carlos Eduardo Levy é escalador há 12 anos, com participações em diversas competições, como Campeonatos Sul-americano, Brasileiros e Paulistas. Até o início de 2010, o atleta tinha como segunda casa o Ginásio de Escalada Casa de Pedra Morumbi (SP), no qual treinava durante a semana. Com o fechamento do local, Levy precisou achar uma alternativa para não desistir do esporte. Para tanto, resolveu construir uma parede no quintal de sua residência.
Após fechar o ginásio em que escalei durante toda minha vida de escalada, não estava muito empolgado em treinar em nenhum outro lugar. Fui passar um final de semana em São Bento com meu irmão e fiquei na casa do Belê (André Berezoski), que havia acabado de terminar seu muro. Percebi que em um muro não muito grande é possível escalar muito e é perfeito para treinar. Quando voltamos para São Paulo, mostrei as fotos para meu outro irmão. Ele começou a me perguntar se não seria uma boa construirmos um muro em casa, para que eles pudessem voltar a escalar. Aí começou a ideia, contou Levy.
Para construir a parede de 6,60 metros de largura, dividido em um lado negativo constante de 4,55 metros de altura e 3,30 metros de largura e outro em formato de onda com 4,60 metros de altura e 3,30 metros de largura, o escalador passou por uma série de etapas.
O processo foi muito legal e pode ser dividido em algumas partes. A primeira foi fazer um desenho em um programa 3D. Depois veio a parte de ver se a ideia seria possível. Para isso, mostrei o desenho para um engenheiro para ver o custo e se era possível realizar. Com a confirmação dele e do meu tio, que é engenheiro civil, começamos a construir. Essa fase de construção pensamos que iria demorar muito, mas, graças à equipe que nos ajudou, em 25 dias o muro estava pronto, disse.
Dificuldade – Escalando desde os 14 anos, Carlos adquiriu uma grande experiência no esporte. A vitória no Open de Boulder 2007, que aconteceu em São Paulo, inclusive, foi uma das provas da habilidade do montanhista. Visando aumentar ainda mais seu nível técnico no esporte, Levy tentará, com o tempo, explorar ao máximo a parede de sua casa quanto à dificuldade.
Eu e meus irmãos que estamos colocando as agarras no muro, de forma bem aleatória. Vamos criando as vias no momento em que estamos escalando. Mas, com certeza, quando todas as agarras estiverem colocadas e as vias bem difíceis forem sendo criadas, vamos marcando para sempre ter projetos para tentar, explicou.
Apesar do projeto dar uma alternativa de treino em São Paulo, a parede, por enquanto, permanecerá particular. Segundo Levy, o tamanho do muro não permite que a casa seja aberta para mais pessoas, como se fosse uma academia.
Eu até gostaria de poder abrir para todos que quiserem escalar, mesmo porque sei que seria muito bem vindo para vários escaladores que estão sem lugar para treinar. Mas não seria possível varias pessoas escalando ao mesmo tempo e onde ele está localizado não posso abrir como se fosse uma academia. A ideia é poder escalar com minha família e alguns amigos, finalizou.
Este texto foi escrito por: Caio Martins
Last modified: julho 21, 2010