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Conheça o vocabulário usado no Rally dos Sertões

Redação Webventure/ Sertoes

Pilotos usam um dialeto diferenciado no Sertões (foto: Stepan Norair Chahinian/ www.webventure.com.br)
Pilotos usam um dialeto diferenciado no Sertões (foto: Stepan Norair Chahinian/ www.webventure.com.br)

Durante os ralis brasileiros, é comum escutar frases como “Cuidado, tem uma DEPs na pista” ou então “Essa curva é tripla cureca”. Afinal, o que seriam esses termos? Por ser um esporte muito especializado, as corridas off-roads criaram uma vocabulário muito específico para facilitar a comunicação entre piloto, navegador e organização.

No Rally dos Sertões, isso não é diferente. Com uma caravana que totaliza mais de 1700 pessoas, a invenção de um dialeto foi quase que necessária. Alguns são criados a partir de analogias, como “costela” e “facão”. Outros vocábulos têm origem de termos perdidos no tempo, como “cureca”. Há, ainda, terminologias que derivam das abreviações encontradas nos livros de bordo.

Para facilitar o entendimento de grandes competições como o Sertões, conheça abaixo alguns termos mais utilizados nos ralis (para conferir todos os termos, acesse a página Vocabulário do Webventure)

Vocabulário de uso corriqueiro
1. Coelho: designa o membro da equipe que sai com três dias de antecedência no Sertões para checar possíveis imprevistos e mudanças no roteiro, como uma ponte caída, uma nova cerca ou buraco de grandes dimensões.
2. Concentração: local nas cidades onde o rali “estaciona” depois da especial do dia.
3. Costela: pequenas irregularidades no piso ou mini lombadas que, quando o carro passa em alta velocidade, dão a sensação de se estar trafegando por “costelas” gigantes.
4. Cureca: É a palavra para perigo. Possui graduação, indicada nos livros de bordo, que vai de um a três curecas. Antes, a graduação era indicada por caveiras (de um a três), mas atualmente usam-se pontos de exclamação.
5. Deslocamento: trechos do rali entre uma especial e outra.
6. DEPS: indica “depressão de poças secas”, resultado da ação da água da chuva em piso de terra que, quando seca, deixa deformidades no piso.
7. Especial: trecho de alta velocidade, cronometrado, ou partes do roteiro onde a corrida é realmente disputada.
8. E3: simbologia usada internacionalmente nos ralis para indicar estreitamento de pista.
9. Facão: sulcos no solo formados pela passagem de diversos veículos, que acabam influenciando o rendimento dos competidores que vierem depois naquele trecho. São chamados facões tanto os sulcos quando a porção de terra, saliente, que se acumula entre eles.
9. Forfetar: após o prazo máximo de chegada para dado veículo em determinado dia, há um período no qual o competidor deve entregar seu cartão de controle de horário. Universalmente, este prazo é de 30 minutos. Se perder o prazo, o veículo “forfetou”, ou seja, será penalizado com a perda do resultado conquistado naquele dia e cairá muitas colocações.
10. Levantamento: determinação do roteiro do rally, realizado ao longo de meses de trabalho por uma equipe especializada da organização.
11. Lombas: lombadas grandes que podem causar saltos violentos e quebra de elementos da suspensão.

12. Quebradeira: trecho formado por piso com muitas pedras e buracos, geralmente em descida.
13. Piçarra: tipo de solo formado pela mistura de fragmentos de rocha, areia e outros, mas que conserva, ainda vestígios da textura original da rocha. Também chamado de tapururuca.
14. Prime: disputa tipo ponto a ponto (sem formação de circuito) em alta velocidade. Muitas vezes é apenas uma exibição promocional.
15. Sentinel: sistema que sinaliza eletronicamente ao carro da frente que há um bólido mais rápido solicitando ultrapassagem. O dispositivo aciona uma luz no painel e um alarme sonoro. É usado geralmente em trechos poeirentos e de pouca visibilidade.
16. Spy: equipamento que indica infrações, como excesso de velocidade em zonas de radar. Fornece dados sobre o percurso e indicações do comportamento do veículo naquele dia.
17. Super prime: disputa em alta velocidade em circuito fechado (tipo um autódromo de terra), no qual os obstáculos são produzidos artificialmente (por trator, como morretes, depressões, curvas de raios variados).
18. Way point: coordenada geográfica para utilização no GPS. Indica pontos da rota a ser empregada pelo competidor.
19. Zona de radar: área de velocidade controlada através do Spy, geralmente em vilarejos e trechos perigosos.

Termos utilizados no livro de bordo
! – Cureca (perigo)
!! – Dupla cureca
!!! – Tripla cureca (risco elevado, baixar a velocidade ao mínimo)
D – Indica trecho de deslocamento, ou trechos do rally entre uma especial e outra
DEPS – Depressões na estrada de poça seca
EROS – Erosão na estrada
FZR – Fim de zona de radar
ITE – Início do trecho especial (cronometrado)
IZR – Início de zona de radar (velocidade controlada)
LAPE – Laje de pedra (piso de pedra onde o veículo irá trafegar)
LBD – Lombada dupla
MB – Mata burro
MBVCL – Mata burro com vão central longitudinal
PTVCL – Ponte de toras com vão central longitudinal
R-30 – Radar 30 km/h
V – Vila

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: agosto 17, 2010

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