O piloto Vicente de Benedicts (foto: Arquivo Webventure)
O motociclista Vicente de Benedits disse ao Webventure, dentre outras coisas, que a mudança do percurso complicou a logística de prova para as equipes.
O que você achou da mudança de percurso do Dakar?
Em questão de logística, fica mais complicado porque antes a gente podia levar as coisas para Buenos Aires e usar a cidade como base de apoio, já que a prova retornava para lá. Agora que ela termina no Peru, é uma volta bem mais longa até São Paulo. Com relação à prova, trechos na Argentina e no Chile são conhecidos dos competidores. Onde vai mudar bastante é no Peru. Já houve algumas provas por lá em 2006, mas em outra região, onde não vai passar o Dakar.
Qual você espera que seja o trecho mais difícil?
O trecho de Fiambalá [Argentina] sempre é complicado. Também têm os dias de Copiapó e a etapa de Antofagasta, [Chile,] até Quito. Eu acredito que as pernas no Peru não serão fáceis.
Quais serão os competidores mais fortes na sua modalidade?
Com certeza, a grande briga pela vitória vai ficar entre Cyril Despres e Marc Coma, disso não tenho dúvida. É garantia que um dos dois deve levar. Depois, tem os pilotos do segundo escalão, que estarão brigando pelas outras posições.
O que você achou da obrigatoriedade do motor de 450 cilindradas para as motos?
Eu acho que isso diminui um pouco o risco da prova, pois a velocidade abaixou. Além dessa obrigatoriedade, não se pode trocar tanto os motores como no passado. Antes, era possível fazer a prova com a moto de 450 cilindradas e substituir o motor quase todos os dias. Agora, você tem três substituições e, caso faça a troca, é penalizado. Isso melhora a competitividade e diminui o risco porque todos os pilotos são obrigados a poupar mais o equipamento. Eles sabem que no caso de uma queda, se quebrar alguma coisa, há muito a perder.
Seria bom ou ruim o Dakar voltar para a África?
Eu gostaria de fazer o Dakar na África, pois nunca tive a oportunidade. Essa será minha terceira participação, todas na América do Sul. Em termos de custo, acaba não alterando nada, porque a gente acaba utilizando toda a estrutura [de organização] que fica na Europa. Sendo a prova na África ou na América do Sul, a única coisa que muda é a passagem área.
E o que dizer sobre não ter acontecido etapas no Brasil em todo esse período?
Existem rumores desde 2009. Para o esporte seria muito bom, só tem a agregar. Mas, sendo bem honesto, acho muito difícil a prova passar pelo Brasil. Acho muito difícil em relação à questão alfandegária, para passar os equipamentos. Ela não vai se realizar sem o apoio do governo federal.
SOBRE O RALLY DAKAR 2012
O Rally Dakar chega a sua 33ª edição, mas é apenas a quarta prova na América do Sul. Em 2012 a competição irá atravessar o continente de leste a oeste, saindo de Mar Del Plata, na Argentina, passando pelo Chile e terminando em Lima, no Peru. Até 2011, as edições latinas do Dakar eram em formato de circuito ou laço (quando o percurso de uma etapa cruza com o de outra), saindo e terminando em Buenos Aires, capital da Argentina. Com a mudança, a prova ficou cerca de 500 quilômetros mais curta.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi
Last modified: dezembro 24, 2011