Jean Azevedo (foto: Arquivo Webventure)
Com 15 dias de duração, o Dakar de 2012 apresenta algumas novidades no trajeto, mas vários trechos conhecidos dos pilotos também devem aparecer nas planilhas. Nesta edição, dez veículos terão brasileiros no acelerador. O piloto Jean Azevedo representa o país nos carros, acompanhado de Emerson Cavassin como navegador. Em entrevista ao Webventure ele falou sobre as mudanças no percurso, os trechos mais difíceis e os principais oponentes.
O que você achou da mudança de percurso do Dakar?
Eu não conheço muito bem a região do Peru, mas pelo que a organização falou, vai ser bastante areia, tipo a Mauritânia, que a gente conheceu na África. A segunda semana do Dakar já é toda dentro do Chile, então já tem essa parte cheia de areia, e vamos voltar a passar pelo sul da Argentina, região que visitamos no primeiro Dakar sul-americano. Vamos passar por San Rafael, que também é uma região de dunas complicada. Então, talvez por ser a quarta edição na América do Sul, eu acho que vai ser um rali com mais piso arenoso, mais dunas e mais deserto.
Qual você espera que seja o trecho mais difícil?
Que a gente conhece, tem Fiambalá, na Argentina, que é uma etapa dura. A região de Copiapó, no Chile, também é difícil. Tem a parte do Peru, que a gente não conhece, mas a organização falou para se preparar que não vai ser mole.
Quais serão os principais oponentes na sua modalidade?
A nossa categoria é a geral, que tem um protótipo da equipe X-Raid, com o Mini BMW. A Toyota está vindo com um projeto novo. Tem a Nissan [Navarra/i>], na qual eu vou andar, tem os [Mitsubishi] Lancers, que são os carros da equipe oficial da montadora. Então, eu imagino que tenha uns 20 bons carros para disputar as primeiras colocações.
E dá para você ganhar?
Para nós é sem chance. Vai ser o meu primeiro ano com uma Nissan, então vai ser um Dakar no qual eu vou conhecer o carro. Mas, independente disso, não é um carro capaz de vencer a prova. É um carro para andar entre os dez primeiros, mas não é um veículo que me dá condições de chegar lá disputando a vitória.
E o que dizer sobre não ter acontecido etapas no Brasil nesses quatro anos de Dakar na América do Sul?
O pessoal tem vontade de vir para cá sim, mas depende de um acordo com o governo. Não é só chegar e correr. É um negócio, e depende da negociação que tiver com o governo brasileiro. Lugar para correr tem, vamos ver se a organização fecha esse acordo.
SOBRE O DAKAR 2012
O Rally Dakar chega a sua 33ª edição, mas é apenas a quarta prova na América do Sul. Em 2012 a competição irá atravessar o continente de leste a oeste, saindo de Mar Del Plata, na Argentina, passando pelo Chile e terminando em Lima, no Peru. Até 2011, as edições latinas do Dakar eram em formato de circuito ou laço (quando o percurso de uma etapa cruza com o de outra), saindo e terminando em Buenos Aires, capital da Argentina. Com a mudança, a prova ficou cerca de 500 quilômetros mais curta.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi
Last modified: dezembro 29, 2011