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Depois de perder um amigo e atravessar o Cabo Horn, Freya se prepara para a última perna da primeira etapa

Redação Webventure/ Canoagem, Rafting e canoagem

A alemã perto de Ushuaia  na Argentina (foto: Arquivo pessoal)
A alemã perto de Ushuaia na Argentina (foto: Arquivo pessoal)

A alemã Freya Hoffmeister é hoje uma das principais expedicionárias de caiaque oceânico do mundo ela deu uma volta completa na Austrália, durante quase um ano (2009), remando 15 mil quilômetros sozinha. Em 2010, ela começou um projeto ainda mais ousado: dar a volta na América do Sul, novamente solo, somando 24 mil quilômetros em 24 meses, em três etapas (saiba mais aqui sobre a expedição).

Haja disposição, não? Na primeira etapa, Freya saiu de Buenos Aires, na Argentina, e depois de 150 dias remados e 4.500 quilômetros, ela entrou na parte mais complicada da viagem: o temido Cabo Horn, no extremo sul do continente americano.

Fatalidade. Antes de encarar a travessia, aconteceu um acidente fatal, no dia 28 de dezembro, com Alejandro Carranza, um remador que a auxiliava logisticamente na região.

Alejandro e seu parceiro Juan Pablo tentavam atravessar remando, sem barco de apoio, de Ushuaia, na Argentina, até a Ilha dos Estados, ali perto. Já próximos da ilha, eles pegaram ventos muitos fortes e uma onda fez os dois capotarem e se separarem. Juan rolou e conseguiu chegar às falésias da ilha, onde se abrigou numa caverna, a 10 metros acima do mar. Então, por rádio VHF, ele contatou um navio da Marinha argentina, que executava manobras no local. Depois de 2 horas de busca, foi encontrado, infelizmente, o corpo de Alejandro. E Juan só foi resgatado da caverna dois dias depois, quando a melhora do tempo possibilitou que um bote inflável se aproximasse do costão.

Apesar de triste, Freya continuou sua viagem, passando pelo Cabo Horn, onde enfrentou ventos de 138 nós (250 quilômetros por hora). Indescritível! Claro que ela não remava sob um vento desses, mas sim aportava e ficava dentro da barraca, segurando todo seu equipamento para que ele não voasse.

Dias melhores. Após o Horn, Freya continuou pelo Canal de Beagle e pelos fiordes patagônicos, já com ventos e condições bem mais amenas. Hoje, 31 de janeiro, ela está perto de Punta Arenas, no sul do Chile, mas não chegará até a cidade para isso, seria necessário um desvio de quatro dias na rota.

A alemã também foi interceptada pelo seu apoio chileno, o Kiko, para uma parada de dois dias de descanso, antes de prosseguir para o final da primeira etapa, que será em Valparaíso, próximo à capital chilena, Santiago.

Estamos aguardando ansiosamente a sua chegada à costa brasileira, que deve acontecer entre 2013 e 2014, onde faremos (o pessoal aqui da Aroeira Outdoor) seu apoio logístico. Com certeza sua passagem pelo Brasil vai agitar os remadores daqui e mostrar este paraíso da canoagem para o mundo!

Para quem deseja acompanhar a aventura da alemã pelos mares da América do Sul, acesse http://freyahoffmeister.com/freyas-blog/.

Este texto foi escrito por: Christian Fuchs

Last modified: janeiro 31, 2012

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