Em nova coluna, Helena Artmann fala sobre a arte e o prazer que encontrou em navegar com mapas e bússolas
Curiosa e medrosa, sempre fui atrás da informação e do conhecimento para suprir a curiosidade e diminuir o medo. Assim, me interessei pela navegação terrestre e acabei aprendendo a usar mapas e bússolas. Não sou uma expert longe disso. Mas me viro bem com eles. Se o interesse surgiu nas montanhas, a prática apareceu com o uso sob tremendo estresse nos campeonatos de balonismo.
Este pequeno detalhe abriu uma porta inesgotável na minha vida e descortinou todo o mundo. Eu deixei de ser dependente, quer dizer, eu deixei de precisar que alguém me levasse em determinado lugar. Passei a conhecer os lugares que vendem cartas topográficas e, com elas em mãos, algumas dicas, uma bússola e vontade, me lancei em lugares desconhecidos.
Passei a contar, para isso, com minha capacidade de desvendar trilhas, a sensibilidade em encontrar lugares que não conhecia e ver detalhes que passariam despercebidos se eu estivesse com um guia. Também passei a me preparar mais quanto mais informação, melhor. E criei uma mania que nunca mais me deixou: hoje, estou sempre atenta aos pontos cardeais, esteja eu onde estiver. Mesmo dentro de um lugar fechado! (Não por acaso, a minha maior dificuldade…)
Não recomendo ninguém a fazer isso sem conhecimento e treinamento prévio fui começar a fazer isso já com mais de seis anos de montanha. Nada substitui o tempo, a ida constante com pessoas mais experientes, as roubadas que você foi obrigado a passar e, na marra, aprendeu com elas. E, se seguirmos uma frase conhecida de montanha, “você não pode estar perdido se você não se importa onde está”, qualquer trilha é interessante e todas elas levam a algum lugar: a vida ao ar livre.
Este texto foi escrito por: Helena Artmann
Last modified: junho 18, 2004