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A especial “mais difícil da vida”


Maurício Neves (dir) e Emerson Cavassin: Estou exausto resumiu o piloto. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Direto de Carolina (MA) – “Foi a especial mais difícil que eu já fiz na vida”. Esta frase não saiu da boca de um único competidor, mas de vários como Franco Giaffone, Ulisses Marinzek e Ingo Hoffmann, alguns dos que conseguiram chegar ao fim dos 140 km da segunda especial deste sexto dia de Rally dos Sertões, apelidada de mini-Jalapão por causa dos trechos de areia que lembram aquela região desértica do Tocantins.

Os navegadores foram bastante exigidos. “Essa especial vai definir muita coisa. Foi pesada, cansativa, com bastante pedra e navegação difícil. Muita gente se perdeu lá atrás”, descreveu o co-piloto Marcelo Vívolo, que ao lado de Guilherme Spinelli foi o primeiro a completar o trecho. “Lá para trás teve bastante ponte de tora, pedra, um trecho em que você ficava 9 km sem referência, tinha que ir só no visual. Às vezes bifurcava e era um pouco complicado achar o caminho, mas a gente conseguiu fazer uma especial limpa, sem problema, sem errar e vamos ver o quanto deu para abrir.”

Tudo certo – Outros comemoraram acertos de navegação. “Fisicamente foi muito difícil guiar o carro no areião. Tocamos em um monte de árvores e pedras. A navegação também foi complicada, mas o Betinho (Alberto Zoffmann) foi 10. Não erramos nada”, contou um exausto Ingo Hoffmann. “Foi muito sofrimento, muita poeira, foi demais… Não via a hora de acabar. Mas conseguimos andar direitinho e não paramos para nada”, festejou Armando Miranda.

Pneus – Com o piso bastante acidentado, os pneus foram o principal problema. Reinaldo Varela/Edgar Fabre, Marlon/Joseane Koerich, Maurício Neves/Emerson Cavassin e Ulisses Marinzek/Miceno Rossi estão entre os que tiveram de parar para trocar pneus. Mas para Franco Giaffone e Alberto F. Júnior esse foi apenas um dos problemas. “Isso aqui não é mini-Jalapão, é mini-quebradeira, mini-destruição”, definiu o navegador. “O trecho escolhido era de piso horrível e você é obrigado a andar forte, então destrói. Veja como chegou o carro… furamos dois pneus, cortou um dianteiro, arrebentou o agregado traseiro, perdemos a carenagem de trás. Mas faz parte…”

Giaffone comparou: “Foi a prova mais difícil que eu fiz até hoje, isso aí chamam de Jalapinha, imagino o que seja o Jalapão! Eu estava ali dentro querendo minha casa, minha mulher e meus filhos, e pensando que aquilo ali era o mini…”.

E não faltaram outras comparações. “A especial foi pior que a de 200 km, estou esgotado. Mas foi muito divertida também!”, disse Maurício Neves. “Foi a pior etapa que eu já fiz na minha vida, bem pior que a Especial 10 Anos, no areião, no ano passado… Além de tudo ainda tive pneu furado outra vez. Eu nem achei que a gente ia chegar…”, descreveu Ulisses Marinzek, que várias vezes lamentou o pneu furado e outras quebras acarretadas. “Eu estava tentando tirar o atraso dos outros dias, bem hoje! Era para ter andado na frente de todo mundo.”

Tudo errado – Klever Kolberg/Lourival Roldan e Édio Füchter/Milton Pereira quebraram e podem estar mais longe da briga pelo título. “Tivemos problemas nas duas especiais. Na primeira, foi o pivô; na segunda, a barra de direção. Não foi uma especial com sorte e nem tem sido nosso rali de sorte”, desabafou Füchter, atual campeão da prova.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira