As mulheres também competem de igual para igual com os homens. (foto: Camila Christianini/Webventure)
Correr, nadar, pedalar, pilotar, escalar, orientar, remar. Esses são alguns verbos que resumem o que muitas mulheres nas suas horas vagas, ou não, andam fazendo. Tudo isso e mais um pouco além de trabalhar, ir ao supermercado, cuidar da casa, ir ao shopping…
Ser mulher não é fácil. Ainda mais quando elas se metem no meio do mato a praticar esportes de aventura. Mas aquela história de que mulher é sexo frágil é coisa do passado. E elas provam isso.
Hoje, ao que tudo indica, muitas mulheres estão superando muitos homens em esportes que exigem força física, planejamento, equilíbrio emocional e diversos fatores que fazem a diferença na hora de competir.
Dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. E nada melhor do que esta data para comemorar o crescimento da presença feminina nos esportes outdoor. O Webventure faz então uma homenagem às mulheres, sejam competidoras, praticantes ou curiosas.
A seguir, você verá exemplos de mulheres vitoriosas, que competem de igual pra igual com os homens e conquistam títulos importantes no mundo da aventura. E mostram que com um pouco de coragem, determinação, força e sensibilidade feminina, é possível se chegar lá.
Marina Verdini
É uma das melhores atletas de corrida de aventura do Brasil. Representante feminina da equipe AXN Mitsubishi Salomon Quasar Lontra, conquistou títulos como 2o lugar na EMA Amazônia (1999); Circuito Brasileiro de 2002; 12o lugar no Eco-Challenge 2002, sendo a melhor colocação de uma equipe brasileira em toda a história da corrida de aventura mais difícil do mundo, fora o título de campeã paulista e brasileira de canoas havaianas em 2003, entre outros.
No Esporte de Aventura ser mulher é ser forte, inteligente e feminina, tudo ao mesmo tempo, e conseguir dar equilíbrio à energia masculina. O Esporte, seja ele de aventura ou qualquer outra modalidade é sinônimo de VIDA. Praticar esporte é se sentir vivo e feliz consigo.
Roberta Borsari
E quem pensa que canoagem é coisa para homem, Roberta Borsari prova que não é bem assim. Ela é pioneira na canoagem em águas brancas e kayaksurf no Brasil; 13ª colocada no ranking mundial de kayaksurf; Tri-Campeã Brasileira de Rafting; Bi-Campeã Brasileira de Canoa havaiana e a primeira mulher a desbravar os principais rios brasileiros de kayak.
A canoagem, em qualquer modalidade, seja no surf, slalom ou corredeiras, exige mais que braços fortes. E sim uma imensa sensibilidade e sinergia com o movimento das águas. E em termos de sensibilidade, nós mulheres somo campeãs!!!!
Silvia Guimarães (Shubi)
Shubi, como é conhecida, é fundadora da equipe Atenah, única equipe de corrida de aventura no Brasil e a atleta da modalidade com mais participações em provas internacionais. Não é a toa que ela escolheu competir com mais duas mulheres e ainda por cima conquistar títulos como 8o lugar no Raid Gauloises Vietnã em 2002; 1o lugar na Mini-EMA 2002; 1o lugar no Terra Incógnita na Croácia, também em 2002 e 6o lugar no Ecomotion Pró, realizado no ano passado na Bahia.
Ser mulher em um esporte onde se compete diretamente com homens não é fácil, principalmente quando se fala em força física e competitividade. Mas como Corrida de Aventura não é só força, as mulheres tem vantagens na endurance, na sensibilidade para sentir o corpo, na tolerância da dor, no equilíbrio psicológico e nas habilidades (as mulheres tem menos força e mais ‘jeito'”.
Sem falar na atenção e no cortejo em todos os eventos, nacionais e internacionais. Mas ainda assim, mulher atleta de aventura ainda é um “equipamento obrigatório” que está em falta aqui no Brasil. Incentive todas as mulheres brasileiras que gostam de desafio e aventura. Corrida de aventura traz uma experiência única, onde se vive emoções intensas de realização, superação e conquista em lugares paradisíacos!
Helena Coelho
É uma das maiores alpinistas brasileiras. Escalou os mais altos cumes desta cordilheira – na Argentina, cinco vezes o Aconcágua; no Peru, o Huascaran; no Chile, o Vulcão Ojos del Salado; e na Bolívia, o Illimani. Também escalou na Europa, o Mont Blanc, e, na África, o Kilimanjaro.
Foi a primeira mulher brasileira a trabalhar na Antártica como alpinista de apoio ao Programa Antártico Brasileiro. Participou de cinco escaladas no Himalaia, chegando a 8.400 m de altitude no Everest (8.848m). Montanhista há muito mais de 20 anos, acompanhou momentos diferentes na participação das mulheres na prática desse esporte.
No início da década de 70, éramos poucas e não tínhamos uma presença muito significativa; normalmente, só acompanhávamos as escaladas, sem expressão própria. E ainda, muitas vezes, sofríamos discriminação declarada. Já na década de 80, a participação aumentou e a quebra de feudos também. Tive a oportunidade de participar dessa quebra, tornando-me a primeira mulher a integrar – como alpinista – o grupo de apoio ao Programa Antártico Brasileiro.
Ainda bem que na década de 90, finalizando o século passado, as mulheres passaram a figurar no meio montanhístico com presença cada vez mais significativa, disputando campeonatos de escalada esportiva, escalando graus cada vez mais difíceis, melhorando a técnica, abrindo vias. Mesmo assim, ainda somos poucas… O fato de não sermos competitivas por demais tem tudo a ver com as escaladas em altas montanhas. Seria bom que fôssemos mais e mais para as montanhas juntamente, nada em contrário, com nossos companheiros.
Gabriela Morelli
É uma das grandes promessas do mountain bike brasileiro e integrante da equipe Sampa Bikers, a única feminina da modalidade no Brasil. Entre alguns títulos, conquistou os de Bicampeã Paulista 2002 e 2003; Campeã Interestadual 2002; Tricampeã do MTB 12 Horas 1998, 2001 e 2003; Medalha de bronze Campeonato Brasileiro 2002 e integrante da Seleção Brasileira 2001, 2002 e 2003.
A vantagem de ser uma mulher no Mountain Bike é que você consegue mostrar, para muito marmanjo, que a mulher não é sexo frágil, inclusive chegando na frente de vários homens em competições. Meninas, o mountain bike é natureza, é saúde e ainda por cima deixa você em forma, venha praticar!”
Este texto foi escrito por: Camila Christianini