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A importância da mochila na corrida em trilha


Esta mochila carregou comida para sete dias no Saara. (foto: Arquivo pessoal)

Sempre que corremos em trilha, seja um grande desafio, um grande treino ou apenas um treininho entre um compromisso e outro durante um estafante dia de trabalho, freqüentemente necessitamos levar algum equipamento, algo além do nosso tênis e da disposição.

Dependendo do local onde correremos, da hora do dia, do tempo que pensamos em correr e do conhecimento que temos do percurso, talvez precisemos levar apenas uma garrafa d’água e uma barra energética. Às vezes, só a água já é suficiente.

Em outras ocasiões é fundamental algum ou vários outros apetrechos para tornarem a atividade segura, saudável e prazerosa. Se você não tem familiaridade ou não se recorda perfeitamente da trilha e suas bifurcações, certamente seria bom você levar uma bússola e um mapa ou croqui. Em uma trilha um pouco mais longa, nada melhor do que um sanduíche para alegrar a vida depois de algumas doces barras energéticas.

De acordo com o período – Giovanni Mello e eu normalmente levamos um sanduíche de queijo para cada duas horas planejadas de corrida. E se formos continuar correndo depois do meio-dia substituimos um desses por um bom macarrão ao alho e óleo feito na noite da véspera por Odette, minha dublê de mulher e equipe de apoio (veja os casos da Travessia do Grand Canyon e a do Deserto de Mojave).

Se você for correr parcial ou totalmente durante a noite (veja o artigo Atravessando a Ilha Grande), é imperativo que você leve uma lanterna de cabeça, além de um conjunto sobressalente de pilhas. E, nessa hora, é bom que você não tenha esquecido de levar um leve, porém eficiente, casaco e um anorak. A umidade de uma floresta ou o vento vindo do mar, caso você esteja correndo na areia, ficam bastante desagradáveis se você não estiver suficientemente protegido.

Outros equipamentos – Além do que já mencionei, há momentos em que um canivete, um telefone celular, um GPS, filtro solar, estojo de primeiros socorros e muitas outras coisas que nossa criatividade pode pensar, valem seu peso em ouro. Só depende das circunstâncias…

Agora que falei bastante das quinquilharias possíveis de serem levadas em uma corrida em trilha, não podemos deixar de pensar em como carregá-las. E é aí que entra a mochila do título do artigo!

Todos que já fizeram alguma caminhada em uma floresta, usando uma velha e surrada mochila sem qualquer compromisso técnico e muitos talvez não tenham do que se arrepender. Com sorte, a mochila de jeans não arrebentou as alças antes da chegada ao destino e assim o caminhante só tem elogios ao equipamento.

Em uma corrida em trilha não existem hipóteses de mochila “mediana” ou “mais ou menos”. Se ela não for desenhada para corrida você certamente se arrependerá rapidamente. Talvez por culpa de uma dor nas costas, um esfolado no ombro ou um estresse psicológico causado pelas alças escorregando dos ombros a corrida inteira ou por seu centro de gravidade estar muito deslocado para trás, dificultando a biomecânica de seus movimentos.

A mochila ideal para corrida em trilha deve possuir algumas importantes características:

  • pouco volume – maior do que 25 litros com certeza é um exagero e uma porta aberta para se levar mais do que o necessário, aumentando o peso e, conseqüentemente, a dificuldade da corrida;
  • ser a mais fina possível – quanto mais o volume da mochila estiver perto de suas costas, menos você terá seu centro de gravidade alterado;
  • possuir suporte para as alças – na altura do tórax, horizontalmente, deve existir uma fivela que se fixe nas duas alças, garantindo que elas não deslizem dos ombros durante os movimentos cíclicos da corrida;
  • suporte na barriga – diferente das mochilas cargueiras, que possuem um suporte colocado sobre a bacia com a função de dividir o peso que recai sobre os ombros, uma mochila para corrida possui este suporte sobre a barriga para fixar a mochila ao corpo, impedindo um balanço desequilibrador durante a corrida;
  • camel back – possuir um compartimento e uma abertura para o uso de camel back, equipamento que facilita o corredor mantendo as mãos livres durante a corrida, não necessitando carregar uma garrafa nas mãos.

    Com estas características em mente você conseguirá diminuir bastante a lista de modelos e fabricantes na hora de comprar uma mochila com o objetivo de correr em trilha.

    Nos vemos pelas trilhas. Boas corridas!

    Este texto foi escrito por: Carlos Sposito, especial para o Webventure