Jefferson comemorou dois segundos lugares. (foto: Camila Christianini / Webventure)
Jefferson largou animado junto com os colegas da Vit Shop para a travessia de cerca de 15 quilômetros que decidiu ontem a 1ª etapa do Circuito Brasileiro de canoa havaiana. Canoísta experiente apesar dos 21 anos, ele remou no leme de São Vicente a Santos, ida e volta. Comemorou o segundo lugar e… voltou ao barco para fazer tudo de novo com a Smera, na categoria Masculina.
A garra de Jefferson foi destacada durante toda a semana neste início de temporada. E sua resistência para remar em dobro contou com outro detalhe: ele trabalhou até as 4h30 do dia da travessia. Garçon de uma chopperia, Jefferson quase veio direto para a Ilha Porchat, local da prova: acordou às 7h30 e chegou ao local às 9h.
O lema dele é mesmo “tudo pelo esporte”. “Eu precisava ganhar dinheiro para bancar as viagens, inscrições para as provas… e para sobreviver. Então, além de dar aulas de canoagem, passei a trabalhar como garçon porque infelizmente não dá para viver do esporte”, explica.
80% para cada um – O desafio exigiu bastante do atleta. “Eu fui 80% em cada remada. Não posso dizer que dei 100% porque senão não matava…”, comenta. “Depois da travessia da masculina, já sentia dor nos pés, nas costas… não estava agüentando mais”.
“Mas o resultado foi muito satisfatório: dois segundos lugares. Ainda mais que a Smera foi montada em cima da hora e conseguimos assim mesmo chegar pertinho do Paulistano”, completa, lembrando da equipe que ficou com o título. “Na semana passada foi difícil, a gente não tinha achado a troca de remada, mesmo assim ficamos em segundo, juntinho com o Paulistano. Desta vez, já houve melhora na remada.”
Depois de receber as duas medalhas, Jefferson ainda acreditava que deveria ir para o trabalho, onde recomeçaria às 17h. Sorte dele que conseguiu uma folga e pôde comemorar os resultados em casa. Nesta segunda, começa tudo de novo… “Nosso objetivo é continuar com as equipes e treinar no masculino para acertar os detalhes e, quem sabe, daqui mais uns cinco meses estaremos prontos para brigar e superar o Paulistano”, avisa ele, com o largo sorriso de quem consegue encontrar prazer nesta maratona diária.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira