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A primeira travessia em canoa havaiana no Brasil

Redação Webventure/ Canoagem

Equipe vai participar da próxima competição  em Santos. (foto: Arquivo pessoal)
Equipe vai participar da próxima competição em Santos. (foto: Arquivo pessoal)

No fim de novembro, a equipe Paulistano, campeã de canoa havaiana, encarou os 80 km de travessia de Santos à Barra do Sahy. As dificuldades da remada de quase 10 horas, as surpresas do tempo e a sensação de vencer o desafio são descritas neste relato exclusivo da integrante do time, Roberta Borsari.

Uma mistura de desafio, treino e muita, mas muita água para remar pela frente!!! Era isso que nos esperava na manhã de quinta feira, feriado de 15 de novembro, quando entramos no mar em Santos para cumprir o nosso objetivo: fazer a primeira travessia de canoa havaiana no Brasil.

A equipe do Paulistano, formada por Maurício, Frederico, Leonardo, Coelho, Fábio Paiva e eu, Roberta, (apenas o Juneca não pode ir) saiu munida de muita água, isotônicos, alimentos, e coletes salva-vidas exatamente às 7h20 para uma aventura inesquecível.

O percurso, com cerca de 80km, ia de Santos até Barra do Sahy, no litoral norte de São Paulo. A média de tempo estimada para cumprí-lo era de 10 horas, dependendo das condições climáticas e marítimas. Naquele dia o céu estava nublado, portanto toda atenção foi necessária. Mas a frente fria que estava por vir havia se deslocado da costa e isso fez com que a travessia seguisse em frente e não fosse cancelada (mais uma vez) por causa das condições do tempo.

A tática – Fábio Paiva, remador experiente (como todos da embarcação) e o único de nós que já tinha percorrido esta distância (de caiaque oceânico), conduziu a embarcação com a seguinte estratégia: levar a canoa costeando o litoral (por conta do tempo, afinal pegar uma tempestade em alto mar não é nada seguro) e ir abrindo aos poucos, saindo mais da costa, para percorrer o trecho em linha reta, se o tempo estivesse estável.

A idéia era que parássemos a cada 1 hora para nos hidratarmos e tomar a pulsação de todos os atletas (a fim de acompanhar o rendimento da equipe). E realizar, a cada duas horas, paradas de 10 a 15 minutos no máximo para nos alimentarmos.

Enquanto percorríamos o trecho até o Guarujá, uma forte neblina não deixou que saíssemos muito da costa, pois ela é uma forte inimiga das travessias, faz com que se perca a referência de localização. Mas o vento estava a favor e o mar não estava “mexido”. Isto fez com que a nossa remada rendesse e as primeiras horas passassem rápido.

Saindo do Guarujá, rumo ao canal de Bertioga, já estávamos em mar aberto, não muito distante da costa, mas a neblina já havia se dissipado e, para a nossa alegria, a mar estava em ótimas condições. O vento a favor criava grandes marolas em que a canoa deslizava como se estivéssemos surfando. E a falta de sol foi a nossa maior aliada para diminuir o cansaço e o desgaste de uma remada longa.

Em alguns momentos, com o tempo mais estável e até alguns instantes de sol, ficamos a cerca de 30 km da costa. Havia a sensação de estar em uma embarcação havaiana, no meio do mar, vendo as praias bem de longe, quase que não identificando a localização exata de cada uma. Saber que você depende apenas da sua equipe para alcançar os próximos 40 km é realmente incrível. Você se sente pequenininho naquele universo aquático e, ao mesmo tempo, um gigante por se sentir capaz de completar o desafio.

“Em casa” – Após aproximadamente seis ou sete horas de remada, quando apareceram os primeiros sinais de desgate físico, a visão da Ilha Montão de Trigo fez a alegria da galera do Paulistano. Já nos sentíamos em casa! A ilha, que sempre vimos da praia, que é a nossa rota de remada preferida de caiaque oceânico, foi a nossa grande anfitriã, nos esperando e dando forças para chegarmos ao final.

Logo em seguida, a visão das Ilhas e da Ilha das Couves nos deu a sensação de missão (quase) cumprida. E foi assim que nos sentimos chegando à praia da Barra do Sahy, após 9 horas e 40 minutos de remada. Os deuses do mar estavam a nosso favor, as condições não poderiam ter sido melhores. Não passamos por nenhum apuro e nenhum dos atletas sofreu algum tipo de desgaste sério ou problema muscular. No final foi uma grande festa por mais uma conquista!!! A conquista da primeira travessia de canoa havaiana feita com sucesso no Brasil. Dá-lhe Paulistano!

Roberta Borsari, Personalidade Webventure, é canoísta e tricampeã brasileira de rafting. Integra a equipe Clube Athletico Paulistano, vencedora da primeira prova com canoa havaiana do país e que participará da segunda competição, o Vedacit Hip Ho Santos, com cobertura oficial Webventure.

Este texto foi escrito por: Roberta Borsari

Last modified: dezembro 5, 2001

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