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A regata do `perde e ganha´

Redação Webventure/ Vela

Veleiros na área amarela  zona de alta pressão e poucos ventos (foto: Divulgação/ Team ABN Amro)
Veleiros na área amarela zona de alta pressão e poucos ventos (foto: Divulgação/ Team ABN Amro)

Praticamente depois de duas semanas no mar, velejando dia e noite, em todas as condições de mar e vento, os veleiros da Volvo Ocean Race continuam muito próximos entre si, garantindo, a nós torcedores, muita emoção, surpresa e expectativa do que esta para acontecer.

Tenho lido os releases da mídia especializada e percebi que alguns textos dão grande alarde quando um barco se aproxima do outro durante o intervalo das 6 horas de uma telemetria a outra, sem duvida isso é motivo para manchete, mas saibam que é um ciclo normal no iatismo, afinal os veleiros precisam da força dos ventos para se locomoverem, e no mar aberto, onde nossos bravos velejadores se encontram, muitas vezes pode haver grande variação da direção e intensidade do vento em um pequeno raio de distancia.

Afinal a natureza não funciona como um ventilador soprando sempre da mesma forma para todos, em cada lugar no oceano, dependendo da temperatura do mar, nuvens e pressão atmosférica o vento vem de forma única, e é para isso que os navegadores estão a bordo, para interpretar todos os dados e chegar a uma conclusão mais próxima da futura realidade. Assim um barco que vai liderando, como o ABN AMRO 1, pode perder muito terreno em relação aos concorrentes que o seguem se ele entrar numa região de ventos fracos, porem a distancia vai se restabelecer quando ele for o primeiro a sair dessa zona enquanto os demais ainda por lá estarão.

Exemplo – Usando o exemplo básico do automobilismo para ilustrar melhor o caso em questão: imaginem que a zona de ventos fracos seja a uma curva fechada num circuito, quando o carro que vai a frente se aproxima, é obrigado a usar os freios, e os demais encostam, mas após fazer a curva o líder pode acelerar tudo e restabelecer toda a dianteira, pois os demais ainda estão na fase de desaceleração. Enfim, agora é isso aí, até que os ventos mais fortes cheguem definitivamente, os barcos da Volvo Ocean Race se manterão muito próximos,; feliz será o primeiro a sair dessa situação, e pelo que está parecendo será o ABN AMRO 1, estrategicamente bem colocado, estando entre os adversários e o objetivo final da perna, a Cidade do Cabo na África do Sul.

Observando o relatório da Marinha Brasileira das condições climáticas na região da costa brasileira, ou águas internacionais se assim preferir, pois os barcos se encontram após o limite das 200 milhas náuticas de soberania nacional, vi que muita coisa pode mudar na regata nos próximos dias, ventos fracos, de até 5 nós continuam na programação, e definitivamente essas maquinas não foram construídas para esse tipo de condição. Porém, para os amantes da adrenalina, uma boa noticia! Mais ao sul, após a zona de alta pressão do Atlântico, o vento já sopra forte em direção a cidade do cabo, será que alguém vai conseguir bater a marca das 504 milhas em 24 horas estabelecida pelo ABN AMRO 2 no primeiro dia da regata? Acho que sim e o meu palpite vai para o ABN AMRO 1, um barco que nasceu para quebrar records.

Que todos “arrumem a cozinha” agora que está calmo e seco, pois o vento que esta por vir é frio, molhado e traz muitas emoções, estou louco para ver!

Até lá
Andre

Este texto foi escrito por: André Mirsky, do Team ABN Amro

Last modified: novembro 24, 2005

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