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A volta por cima de Juca, Zé Hélio e Tiago


Esperei 2 anos por este Rally e vou lutar até o último segundo promete Zé Hélio. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Direto de Barreirinhas (MA) – A disputa pelo título em Motos é uma das mais emocionantes de toda a história do Sertões. O nome do campeão só será conhecido nesta sexta-feira, na etapa final do Rally. Isso porque a diferença entre o líder, Juca Bala, e o segundo colocado, José Hélio, é de pouco mais de 3 minutos, o que pode ser considerado quase um empate. Na terceira posição, Tiago Fantozzi corre quase 55 minutos atrás. “É o rali mais disputado da minha vida”, confirma Zé Hélio.

Os três já foram campeões da prova. Juca Bala é bicampeão: venceu em 1993 e 1996. Zé Hélio foi o campeão em 1999. E Tiago, em 2001. Mas além dos títulos e de serem neste ano os primeiros colocados até aqui, esses pilotos têm outra semelhança: tiveram maus momentos nos últimos tempos. Zé Hélio e Juca Bala se machucaram e não participaram do Sertões 2002. A contusão de Zé Hélio prejudicou praticamente toda a sua temporada passada. “Estava esperando por este Rally há dois anos, no ano passado uma queda me impediu de participar. E por enquanto está dando tudo certo como eu pensava”, diz o piloto.

Esforço extra – Juca recuperou-se mais rápido, mas passou a ter problemas com a nova equipe, a qual deixou quando soube que não iria participar do Dakar 2003. A falta de patrocínio trouxe instabilidade, mas Juca conseguiu voltar às provas no Rally Rota Sul, em abril deste ano, quando disputou o título até o último dia com Jean Azevedo, e terminou em segundo. “Este foi um ano muito difícil, comecei sem patrocínio, alguns parceiros tiveram que viabilizar alguma verba a mais para a gente estar aqui”, conta ele.

Patrocínio também foi o problema de Tiago. Às vésperas deste Sertões ele ainda não tinha o equipamento para a prova. Reestabeleceu o patrocínio e conseguiu a KTM 640cc semanas antes da prova.

Sacode a poeira… – Foi na trilha que os três deram a volta por cima, bem a seus modos. Ao mesmo tempo, fortes adversários, como Jean Azevedo, que sofreu um acidente logo na primeira etapa, e o português Paulo Marques, com problemas mecânicos, sairam da briga. Agora só falta saber quem vai ficar com o título.

“Vai ficar para o último dia. Hoje o Juca tem uma vantagem até considerável, mas no começo da especial (a segunda de hoje), eu tentei tirar um pouco essa diferença, mas ela era muito perigosa e eu cheguei a tomar uns dois sustos, quase caí da moto. Aí resolvi me resguardar e tentar alguma coisa amanhã”, disse Zé Hélio ao fim do dia, quando novamente fez cair a diferença em relação a Juca.

Último dia – Juca aposta em um diferencial para esta etapa final: “Serão 90 km de areia. O Zé Hélio pode até ter mais vantagem por estar com uma moto um pouco mais potente, mas acredito que minha experiência no Paris-Dakar deva fazer a diferença porque tem muita areia, vai exigir muito do físico, além da máquina”.

Tiago reconhece que danos na moto o deixaram longe da briga pela vitória. “Esta edição teve como característica a navegação e tive problemas justamente com esses equipamentos”, comenta. “Estou contente por terminar as especiais, pois eu tive muito medo de me perder pela quebra do odômetro e ir parar lá no Ceará (local do fim do Rally nos últimos anos. Mas ainda bem que está acabando, não agüento mais. A prova neste ano está bem exaustiva”, finaliza.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira / Webventure