Já que recobramos a nossa velocidade e a distância que nos separava do 2º olocado, posso me dedicar hoje a um registro um pouco menos técnico.
Uma área de enorme preocupação para os velejadores é a comida. Tenho certeza de que a bordo existem alguns com dons culinários. O Phil Harmer diz que gosta de cozinhar e prepara pelo menos uma das refeições do dia. A comida liofilizada não é a melhor alternativa para alguém mostrar os seus dotes culinários, mas existe, definitivamente, uma certa arte para não botar tudo a perder na hora de prepará-la. As habilidades do Phil tem sido admiradas, mas a verdade é que o Junior Lewis é que tem sido o chef de toda a parte de alimentação. Ele organiza as rações e o cardápio e tenho que dizer que ele está fazendo um trabalho honesto e imparcial.
O Jojo (Sebastien Josse) demonstrou as suas qualidades na manhã de domingo quando algumas lilás caíram a bordo. Em vez de devolvê-las ao mar foram atiradas na água quente e consumidas por aqueles que tiveram coragem. Na verdade estavam muito boas apesar de um pouco carregadas de tinta. E por falar nisso, como essa tinta mancha!
Me perguntaram se o George Peet trouxe para bordo os seus famosos caderninhos onde anota combinação, performance e resultados das velas. Bem, ele não os trouxe e para falar a verdade acho que nem mesmo um lápis ele lembrou de colocar na sua bagagem.
Sem descanso – Nosso técnico o Maurice Paardenkooper está muito bem, ele está envolvido na programação de turnos como todos os outros. Isso quer dizer que quando não está no convés está ou comendo ou dormindo. Apesar de ele ser o nosso técnico nesta viagem ele também é parte da equipe, portanto trabalha como todos os outros.
Logo vamos atravessar o Equador e são nove aqueles que nunca o cruzaram antes dessa prova. O Scott Beavis e o Jojo já têm experiência e já planejaram muita coisa apesar de não terem revelado nada. Tenho certeza, no entanto, de que um barbeador está nos planos.
O nosso V60 da última edição da Volvo Ocean Race é uma grande mudança para muitos a bordo. Tenho certeza, porém, de que todos estão conscientes de que o V70 vai ser muito mais difícil de velejar. Cargas e pesos maiores, menos pessoas a bordo e muito mais competição vão tornar a cosia bem difícil.
Essas provas vão parecer férias comparadas com o que vai ser competir no V70. Naturalmente o barco vai ser mais veloz, mas quando estamos em busca dos últimos 5% de performance você precisa trabalhar muito o tempo todo. Pensar que o V70 será uma moleza é estar pensando muito longe da realidade!
Para terminar quero fazer um comentário sobre o sono. Bem, essa turma aqui está tendo muito mais trabalho acordando do que conseguindo dormir. Mas tenho certeza de que isso também vai melhorar quanto mais a gente velejar!
Saudações
Si Fi
Este texto foi escrito por: Simon ´Si Fi` Fisher, navegador do barco ABN AMRO 2
Last modified: junho 13, 2005