Desde que as duas equipes se encontraram em Den Helder o foco total é nos testes. Tenho uma teoria sobre como está acontecendo esse processo até aqui, sobre as fases pelas quais estamos passando.
Até arrumei um nome para isso a Pirâmide de Treinamento da VOR. Na base tem o que é a preparação. Já ficamos nessa fase um bom tempo, fazendo o barco ganhar velocidade, velejando muito e nos preparando para a prova. O bom de estarem todos juntos é que trocamos muitas informações e experiências nessa fase preparação.
Ainda outro dia tinha uma dúvida de como levantar certo tipo de vela e fui perguntar para o Justin (Slattery). Tenta fazer desse jeito” ele me disse e mostrou como. E funcionou perfeito! Se tiver uma pergunta sobre o piano vou e pergunto para o Tony (Mutter) ou para o Sidney (Gavignet). Para outras coisas vou até o Moose (Mike Sanderson). E ele é o comandante!
O próximo nível da pirâmide é o manejando o barco. É aquele em que a gente se acostuma ao barco, sentir que tudo está funcionando. É o que estamos fazendo, junto com a Equipe 1 e, nas últimas semanas por nossa conta mesmo. Na fase manejando o barco tem que acontecer uma familiarização total com o barco e com os sistemas.
É extremamente importante saber todo o possível sobre o barco e a Equipe 1 tem falado direto com todos nós. Eles também cometeram os seus erros, agora é a nossa vez. E é claro que todos aprendemos de cada um dos erros!
Depois vem o teste de velocidade, É o momento de maximizar o que esse barco fantástico pode fazer. É a fase em que estamos agora, onde passamos uma porção de tempo fazendo preparações. Aqui levamos uma vantagem porque a Equipe 1 já velejou com nosso barco por um bom tempo e eles já o levaram ao limite e até quebraram algumas coisas. Nós também aprendemos com essas experiências.
O alto da pirâmide da vela é a fase que vamos atingir durante a prova, aquela onde vamos aperfeiçoar as nossas táticas. É a mais difícil delas. Muito tempo tem que ser dedicado a ela para conseguir os melhores resultados.
Bem, agora estamos no meio do teste de velocidade usando os dois barcos. Os navegadores fixam praticamente a mesma rota e usamos velas diferentes para testar qual delas faz o barco andar mais rápido. Precisamos ter as mesmas condições e o mesmo peso a bordo. Isso precisa ser muito preciso. Temos que saber o peso de cada equipamento, cada vela e cada velejador a bordo! Mas não tire conclusões erradas, não.
A Equipe 1 também está aprendendo conosco! Como no caso do Johnny (Ger-Jn Poortman) que inventou uma ferramenta para usar com as velas e hoje as duas Equipes a utilizam. Afinal de contas somos uma Equipe só!
Falamos logo!
Lucas.
Este texto foi escrito por: Lucas Brun, velejador brasileiro do TEAM ABN AMRO