O Watch Captain do ABN AMRO 1 Mark Christensen (foto: Divulgação)
Dessa vez é o Watch Captain do barco ABN AMRO 1, o neozelandês Mark Christnsen, quem escreve sobre os avanços da equipe para conhecimento do veleiro e desenvolvimento da campanha.
Estou muito feliz de constatar o estágio em que estamos. Baseado na minha experiência em campanhas prévias, tivemos uma progressão bastante normal até aqui.
Tivemos um par de contratempos que custaram horas de velejadas, mas que por outro lado nos permitiram trabalhar mais duro em outras áreas. Particularmente pudemos detalhar tão bem o ABN AMRO 1 ao ponto de dizer que estaria muito feliz em começar com ele, imediatamente, a Volvo Ocean Race. Para dar um exemplo, com a campanha da EF só atingimos o estágio em que estamos agora depois da primeira perna da edição de 1997-1998.
Nossa tripulação trabalhou muito bem com a mistura de experiências de outras diferentes equipes e competições. De agora em diante temos que buscar um equilíbrio entre testar os novos barcos e apurar os nossos talentos de competição. A partir agora, do dia 21 de maio, alguns membros da equipe vão competir na Rolex Transatlantic Challenge a bordo do Mari-Cha IV e em julho eu vou participar da prova Transpac que vai até o Havaí. Quanto mais se aproxima a Volvo Ocean Race, mais temos que continuar a focar nas habilidades necessárias para competir.
Primeiras impressões – Nesse ponto, com os barcos da Volvo Ocean Race sendo novos e relativamente pouco testados, eu diria que o maior desafio vai ser achar a medida exata entre exigir o barco em 100% sem quebrá-lo. Nos próximos meses precisamos continuar aprendendo mais sobre os barcos e compreendendo o quanto podemos exigir deles nas mais diferentes condições.
Esses novos barcos farão dessa Volvo Ocean Race, sem dúvida, a mais estimulante da sua história, uma prova totalmente nova. Tudo está por descobrir e não teremos nenhuma idéia de como será a competitividade até que seja dado o tiro de partida em novembro. O outro aspecto interessante é o fato dos primeiros barcos lançados serem aparentemente tão diferentes. Acredito que teremos grandes diferenças de velocidades entre eles em diferentes condições.
Não vou me surpreender se estiver 50 milhas atrás ou na frente da prova e, assim que as condições mudarem, tudo se reverter. Vai ser uma corrida muito interessante!
As pernas nos mares do sul vão ser as mais difíceis. Frias, molhadas e com muito vento. Quando você está por lá, parece que nunca vai terminar, tem sempre alguma coisa quebrando por causa das grandes pressões e tem o medo constante dos icebergs.
Como disse antes, acredito que estamos no rumo certo e com boas perspectivas mesmo sabendo que ainda tem muito trabalho a ser feito nos próximos cinco meses.
Valeu.
“Crusty”
Este texto foi escrito por: Mark Christensen, tripulante do ABN AMRO 1
Last modified: maio 19, 2005