Aviões fizeram o transporte de equipamentos para o acampemento no Marrocos. (foto: Ricardo Ribeiro/ ZDL/ AE)
Er-Rachidia (Marrocos) A estrutura montada para o rali Paris-Dakar parece uma cidade. Na verdade é. Pelo menos 14 aviões, de carga e de passageiros, transportam toneladas de equipamentos e centenas de pessoas, entre jornalistas, chefes de equipes, organização e cozinheiros.
Comunicação é o que não falta nos lugares mais distantes em pleno deserto. Na sala de imprensa, ou melhor, numa tenda com cobertura plástica azul, o que mais se vê são antenas conectadas a satélites.
É possível passar e receber faxes, enviar e fazer download de e-mails, telefonar para patrocinadores, para a imprensa, para a namorada… Mas é lógico que tudo isso tem um preço, e cada minuto da brincadeira não sai por menos de US$ 3,00.
Os jornalistas que acompanham a prova usam o que há de mais avançado em tecnologia. Dezenas de máquinas profissionais digitais desfilam penduradas no pescoço de profissionais de importantes agências de notícias, como a Agence France Presse, que em minutos distribuem as emocionantes imagens para o mundo inteiro.
As equipes de televisão têm uma aeronave exclusiva, equipadas com ilhas de edição completas, e um programa inteiro pode ser produzido no meio do deserto. Aliás, é o que está fazendo a Sportv, do Brasil, que mandou apenas um repórter, sem cinegrafista, iluminador, técnico de áudio ou coisa parecida. Ele precisa apenas agendar o serviço de um profissional da TV francesa, que faz as imagens e entrevistas com o representante brasileiro.
Depois, o próprio repórter da Sportv edita as melhores imagens e manda, via satélite, para o Rio de Janeiro. No final da noite, no Brasil, está tudo no ar.
O pessoal responsável pela alimentação desse batalhão de mais de 1.200 “soldados da poeira” não deixa ninguém passar fome. E da comida não se pode reclamar. Tem até Coca-Cola gelada. O que mais chama a atenção é como tudo isso é montado e desmontado em questão de poucas horas. Não só na cozinha, mas também na parte da comunicação.
A “central telefônica” vem dentro de um carrinho e depois é só abrir as portinhas e pronto. Está tudo montado. Na hora de ir embora, basta fechar a bagagem. Essa rotina ainda vai se repetir por mais 17 dias, até 21 de janeiro, data prevista da chegada a Dakar, no Senegal.
A caravana do rali tem, ainda, o maior banheiro do mundo. Conta com milhões de quilômetros quadrados e se pode apreciar as estrelas durante aquele momento de reflexão. Já estava me esquecendo de outro detalhe importante: só faltou o banho…
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro