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Adriana Kostiw em fase de preparação para o Pan 2007

Redação Webventure/ Vela

Adriana Kostiw participará pela primeira vez do Pan (foto: Divulgação/ ZDL)
Adriana Kostiw participará pela primeira vez do Pan (foto: Divulgação/ ZDL)

Adriana Kostiw estudou moda e fotografia, trabalhou com publicidade, mas foi na vela que encontrou sua realização profissional. A velejadora paulista, que cresceu na beira da Represa de Guarapiranga, já participou de uma Olimpíada (2004), foi campeã brasileira e Sul-americana. Hoje com 33 anos, a atleta se classificou pela primeira vez para um Pan-Americano, na classe Laser Radial, e enfrenta desde já seus principais adversários: sua operação recente no tornozelo e a falta de treinador próprio.

A conquista da vaga para o Pan, em fevereiro, exigiu esforço, já que a atleta duelou ponto a ponto com a jovem Viviane Béghin, da qual ganhou por critério de desempate e sob protesto. “Ela estava na casa dela, teve um esquema muito forte de treinamento, com treinador particular e mais outras pessoas, enquanto eu estava treinando sozinha em Ilhabela, sem treinador”, explicou.

Outro fator agravante foi uma cirurgia no tornozelo, a qual tinha se submetido três semanas antes da competição. “De tanto ficar torcendo, de tanto correr e treinar, a minha cartilagem gastou e quebrou uma pontinha, que ficou zanzando dentro do meu tornozelo. Ele travava e eu sentia muitas dores, daí tive que operar e tirar”, contou Adriana.

Apesar de ter realizado a operação, Kostiw ainda não se recuperou totalmente e sente dores, por isso está realizando os treinamentos com seu preparador físico numa clínica em São Paulo. No final de março ela segue para o Rio de Janeiro, onde participará do Sudeste Brasileiro, no final de abril.

Falta de apoio – É justamente no Rio de Janeiro que surge mais uma adversidade. “No Rio o treinador é da Federação, pode mudar toda hora, não tem um nome específico. Tem uma pessoa que serve para tudo, a gente não é que nem no vôlei, que é tudo certinho. É uma pessoa para todos os velejadores”, esclareceu a velejadora.

Por falta de apoio, Adriana Kostiw não pode arcar com os custos de um treinador próprio. “Eu tenho o patrocínio da Nívea Sun, que me dá o suporte para que possa velejar. Agora, se tivesse mais um patrocinador, poderia ter um técnico para eu pagar e não depender de técnico das federações”, desabafou.

Segundo ela, se tiver mais apoio poderá pensar em algo mais forte no que diz respeito a resultados no Pan-Americano. “Se eu fechar mais patrocinadores dá para pensar num pódio. Eu gostaria de estar fazendo mais campeonatos na Europa, ter treinador, então eu estou fazendo as coisas na medida do possível”, confidenciou. Antes do Pan, em julho, a velejadora ainda participará da Semana Holandesa e o Mundial de Cascais, em Portugal, que é uma eliminatória para as Olimpíadas de 2008.

Além de todas essas adversidades, Kostiw ainda enfrentará “simplesmente as melhores do mundo” durante as regatas, segundo ela própria. Para a velejadora, as principais adversárias serão as atletas dos Estados Unidos, México e Canadá.

Perguntada se o lixo da Baía de Guanabara irá atrapalhar seu desempenho, Adriana se mostrou desapontada com a falta de cuidados com um local tão importante tanto para os velejadores como para o Rio de Janeiro como um todo, mas assume que esse fator poderá ser uma vantagem para os brasileiros. “A gente veleja com o que tem, mas esse vai ser o maior adversário. No entanto, essa é a vantagem da gente para as estrangeiras porque eu já tenho a manha de velejar lá, elas não. Já sei olhar a água, ver o vento e olhar o lixo. Eu já sei o que fazer, elas vão se atrapalhar”, concluiu.

Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim

Last modified: março 28, 2007

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