Como todo mundo já sabe – a Webventure fez a cobertura e deu a reportagem -, a Equipe AGG-BRASIL venceu o Raid Brotas de setembro, numa versão especialmente preparada para servir de treino para a Expedição Mata Atlântica 99.
Apesar de desfalcados de nosso navegador, o Giorgio, tivemos um desempenho satisfatório e um resultado positivo. Tivemos que improvisar na última hora e completar a equipe com o namorado da Adriana Nascimento, o Fábio, que tinha ido só para passear. Ele correu bufando e reclamando até o fim, empurrado por mim e pela Adriana. Um verdadeiro herói, afinal não é fácil agüentar dois tipos tão competitivos como eu e a Adri. Valeu Fabião!
Esta prova de Brotas na verdade não estava no nosso calendário de treino, mas foi um excelente aquecimento para a EMA. Na verdade é muito importante que existam corridas de aventura curtas e rápidas, como o Raid Brotas, preferencialmente quase todo final de semana e corridas longas, como o EMA, pelo menos de três em três meses. Esse seria um calendário esportivo ideal.
Corridas de aventura não precisam ser apenas maratonas de uma semana de duração, com taxas de inscrição proibitivas e uma lista de equipamento obrigatório de dez páginas. Este esporte, que é definitivamente o esporte do século XXI, deve ser encarado também como algo divertido e relaxante. No Raid Brotas, por exemplo, minha equipe fez canyoning e bóia-cross pela primeira vez na vida – e foi extremamente divertido! Depois de descer de rappel a cachoeira do Astor, com 30 metros de altura, a Adriana virou para mim e disse:
– Se minha mãe visse isso ela me proibiria de sair de casa!
Eu acho que se a mãe da Adri visse o que ela faz em cima de uma bicicleta, tipo descer ribanceiras de terra e pedra solta a 70 quilômetros por hora, ela amarraria a filha ao pé da cama…
Mas durante a corrida eu percebi algumas coisas, detalhes que determinam a diferença entre vitória e derrota. Nós navegamos com auxílio de bússola e seguindo a carta topográfica fornecida pela organização da prova, como todas as outras equipes, mas o espírito e a experiência em aventuras do nosso time falaram mais alto nos momentos de dúvida. Num determinado momento, depois de termos encontrado um PC, quando estávamos decidindo se seguiríamos caminhando pelo rio ou procuraríamos uma trilha, a Adriana disse:
– Vamos pelo rio. Você reparou que o fiscal não tinha sapatos?
– Reparei sim, respondi. E daí?
– Se ele não tinha sapatos é porque veio andando pelo rio, então este deve ser o melhor caminho.
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Este texto foi escrito por: Guilherme Cavallari
Last modified: fevereiro 21, 2017
