Foto: Pixabay

Alpinistas retiram as abelhas do Cuscuzeiro

Redação Webventure/ Montanhismo

Um ato nada ecológico, porém necessário. Assim, um grupo de alpinistas definiu uma “operação de emergência” realizada no último sábado, na pedra do Cuscuzeiro, em Analândia (SP). Na semana passada, um enxame atacacou 20 escaladores que estavam nas diversas vias da pedra. No desespero, um deles despencou de 25 metros.

“Não foi nada agradável e na verdade fizemos o serviço com uma certa dor no coração, uma vez que batalhamos tanto pela preservação do lugar e fomos os responsáveis por um ato nada nada ecológico”, conta o alpinista Maurício Clauzet, o Tonto. Ele presenciou o ataque e ajudou no resgate de Finotti, companheiro que caiu da via Transamazônica mas não sofreu maiores ferimentos. “Infelizmente não havia condições de remover a colméia e doá-la a um apicultor. “Devido às condições, e nosso procedimento foi de extermínio.”

A colméia foi localizada a 10 metros do cume, embaixo de um teto. “O Alessandro ficou com a tarefa de bombar o veneno. As abelhas atacaram todos nós, mas só o Alê tomou um picada”. Foram usados dois tipos de produtos no local: um inseticida comum e o BHC, “um veneno horrível em pó que fica ativo por uns 30 anos”, descreve Tonto.

Uma bronca e um alerta – Esse não foi o primeiro acidente com abelhas no Cuscuzeiro. Em 94, um ataque causou a morte de duas pessoas. “Fica aqui mais uma alfinetada na prefeitura de Analândia. Comuniquei que estaríamos fazendo esse trabalho no sábado e alguém ficasse lá embaixo impedindo que as pessoas subissem. O prefeito, como sempre falou muito e não fez nada”, lembra Tonto. “Passamos pela situação ridícula de ter que gritar lá de cima, no meio das abelhas, para um casal de turistas que estava inadvertidamente subindo a trilha. A prefeitura apenas colabourou cedendo o veneno.”

Um alerta: agosto e setembro são épocas de enxames e novas colméias podem surgir em locais onde antes não havia nada. “Este é mais um motivo para não ficar fazendo gritaria e farofa na montanha. Olho vivo principalmente para abrir novas vias.”

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: fevereiro 21, 2017

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