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Amapá reserva maravilhas naturais, culturais e históricas

Redação Webventure/ Destino Aventura

Açaí é uma das frutas mais compradas no mercado (foto: Bruna Didario/ www.webventure.com.br)
Açaí é uma das frutas mais compradas no mercado (foto: Bruna Didario/ www.webventure.com.br)

Com uma grande biodiversidade, o Estado mais ao norte do país possui belezas incomparáveis e um grande potencial para o turismo de aventura e o ecoturismo. O Amapá, com uma área de mais de 142 mil quilômetros quadrados, é banhado pelo Oceano Atlântico e, apesar disso, existe apenas uma praia de águas salgadas no território. Tudo isso pela grande quantidade de rios e afluentes (ao todo, 600 quilômetros), com destaque para o imponente Rio Amazonas.

Além dos rios, o Amapá possui em seu território uma grande concentração da Floresta Amazônica. Em uma pesquisa do Governo Federal junto com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente de 2007 apontou o Estado como o que menos desmata a área. Isso demonstra a conservação da área, que abriga 74% do território como Unidades de Conservação.

O Amapá, mais precisamente a capital Macapá, está geograficamente localizada entre os hemisférios Norte e Sul da Terra, cortada pela linha imaginária do Equador. Esta situação dá a cidade atrações voltadas para os fenômenos naturais, como o equinócio. Na latitude 0º da capital amapaense existe uma das atrações mais visitadas da cidade, o Complexo do Marco Zero.

Primavera e outono – No dia 23 de setembro, o fenômeno equinócio marcou a passagem das estações do ano nos dois hemisférios, sendo o único dia em que o dia e a noite possui 12 horas exatas. Turistas e amapaenses se reuniram no Marco Zero para celebrar essa passagem. No Complexo, o Monumento de 20 metros de atura, um relógio de sol; e, além disso, o Sambódromo do Amapá e o estádio de futebol Zerão completam o Complexo.

* A reportagem do Webventure viajou a convite do Sebrae – Amapá.

Apesar de toda a parte geográfica e a biodiversidade do Amapá, a história e a cultura da região estão bastante difundidas em cada região que se passa. Nas grandes cidades, como Macapá e Santana, mesmo com o desenvolvimento, é possível andar poucos metros pelos centros das cidades e conviver com a história da região.

No Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva é possível encontrar grande parte da formação do Estado, desde a época colonial até a formação da unidade federativa. Lá se encontra a história do povo amapaense, com os legados deixados pelas civilizações primárias, conhecidas como Maracá e Cunani; as transformações políticas e sociais.

Ainda na parte histórica, uma parada obrigatória é a Fortaleza de São José de Macapá, de 1764, projeto do Marquês de Pombal. A construção, nas margens do Rio Amazonas, foi levantada com mão de obra escrava, indígena e negra para realizar o controle de embarcações nos rios da região e também para prevenir-se de possíveis invasões, com canhões imponentes, hoje enferrujados com o tempo. Após a proclamação da República, a Fortaleza ficou abandonada por 53 anos e hoje é um dos pontos turísticos da região.

Curiaú – A 12 quilômetros de Macapá, mais história na Área de Proteção Ambiental do Curiaú. Uma das raras comunidades negras do país tem o título de Área Quilombola, formada inicialmente por sete escravos que fugiram. Hoje, sob o comando do líder da comunidade há 15 anos, o Sr. Joaquim, Curiaú possui o título de quilombo, por conservar todas as suas tradições, costumes e crendices. Uma delas é a dança, o batuque e o marabaixo, que sempre é regado a muita gengibirra, uma bebida feita com cachaça, açúcar e gengibre, feita para que as pessoas conseguissem manter o pique da dança até o fim da noite. Senhoras e crianças se misturam no ritmo dos tambores e pandeiros. Sr. Joaquim até hoje trabalha com a fabricação artesanal da farinha de mandioca.

Banhado pelo Rio Amazonas e seus afluentes, um deles tem um status importante para o mundo do esporte de aventura, o rio Araguari. Lá, surfistas e aventureiros encaram ondas de 4 a 6 metros de altura durante a pororoca encontro das águas do rio com as águas salgadas do Oceano Atlântico.

Toda a parte comercial é feita próxima dos rios. A compra de mercadorias para as feiras livres da região é feita às margens do Amazonas, e conta com uma grande quantidade e variedade de peixes de águas doces, frutas da região como o açaí, farinha, entre outros produtos.

Na cidade de Santana, próxima a capital Macapá, encontra-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural REVECOM, cuidada por Paulo Roberto Amorim. Na trilha ecológica, é possível estar próximo a uma parte da vegetação intacta da floresta amazônica e também é possível ver de perto uma parte da fauna da região. Amorim cuida de 630 animais na RPPN que não podem ser mais introduzidos na natureza por afastamento precoce do habitat natural ou por ferimentos. A atração é a Miau, uma onça que chegou à entidade com sérios problemas no quadril.

– A Amazônia e sua realidade está retratada no Museu Sacaca que significa índio pajé que tem conhecimento da flora -, considerada uma entidade de referência e contribuição da cultura do Estado do Amapá. O Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológicas do Amapá, o IEPA, tem sua sede no museu e lá são produzidos produtos específicos feito com material das florestas. Há também uma exposição permanente que mostra todo o trabalho realizado pelo Museu e IEPA, dentre as funções de explorar a biotecnologia, estudo de doenças, fauna; e a biodiversidade da área.

O Amapá é um grande produtor de manganês e outros minérios, que foram extremamente explorados durante a época de guerras e um dos principais exploradores da área foram os norte-americanos. A Serra do Navio, 217 quilômetros de Macapá, é um vilarejo que se desenvolveu graças à mineralização. Totalmente projetada para os trabalhadores da ICOMI (Indústria de Comércio e Mineralização), a vila hoje conta com mais de 7 mil moradores antes construída para 3 mil e com o abandono da empresa.

O depósito e a área utilizada para extração e envio do manganês para os portos está completamente abandonada e a Prefeitura da Serra do Navio está em processo de reaver a osse da área para revitalização. Sr. Antônio, ex-trabalhador da ICOMI, lembra com saudades e lamenta bastante o descaso.

Ao chegar de trem, em 6 horas de viagem, foi possível saber que não é somente do passado que a população da Serra do Navio e da Vila do Cachaço vive. Uma das atrações visitadas na região é a Lagoa Azul, que ganhou uma coloração anil por conta da bauxita e do manganês. Cercada pela floresta amazônica, a área tem fácil acesso e também conta com várias trilhas ecológicas.

Ainda nos arredores, a comunidade de Pedra Preta, que leva esse nome pela cor das pedras da região, vive nas margens no rio Araguari. Muitas famílias são auto-suficientes, mas também podem contar com a infra-estrutura das vilas, apenas atravessando o rio de barco.

Este texto foi escrito por: Bruna Didario

Last modified: setembro 26, 2009

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