O governo do Amazonas cria hoje (17/12) um conjunto de unidades de conservação no sudeste do Estado com 3,1 milhões de hectares, a segunda maior área contínua protegida do país. Composto de nove reservas contínuas, o chamado mosaico do Apuí perde em área apenas para o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque, no Amapá (3,9 milhão de hectares).
O mosaico, do tamanho da Bélgica, está entre os municípios de Apuí e Manicoré, na divisa com Mato Grosso e Pará. “É uma das zonas mais estratégicas do ponto de vista da fronteira agrícola”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Virgílio Viana.
A idéia do governo foi estabelecer proteção oficial para conter o avanço da grilagem e do desmatamento no local, rico em madeira e minérios e que já sofre pressão potencial humana (estradas clandestinas e queimadas) em 30% da sua extensão, segundo um estudo do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) que serviu como base para a criação do mosaico. O Instituto indica ainda que 48% das áreas prioritárias para a conservação, mas sem proteção oficial, já sofrem ocupação.
Área de assentamento – A região do Apuí, que também sedia o maior assentamento para reforma agrária do país, já era considerada para a criação de um parque nacional desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. Cerca de mil famílias habitam o local, e a criação de uma unidade de proteção integral traria problemas.
Segundo a ONG Conservação Internacional, que ajudou a financiar a implementação do mosaico juntamente com o WWF, o governo federal e a Fundação Moore, estima-se que haja pelo menos 500 espécies de aves e 14 de primatas na área a ser protegida, formada por reservas e florestas estaduais, nas quais será permitida a exploração de baixo impacto de madeira e também de minérios.
Estarão juntas então, no mesmo território, as reservas integrais (os parques de Sucunduri e Guariba, que somam 1,127 milhão de hectares), uma reserva extrativista a ser explorada pela população ribeirinha (a do Guariba, com 180 mil ha), duas reservas de desenvolvimento sustentável (Barati e Aripuanã, que somam 413 mil ha) e quatro Florestas Estaduais (Apuí, Sucundri, Manicoré e Aripuanã, que somam 1,345 milhão de ha).
Este texto foi escrito por: Webventure