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Amazônia perdeu uma Alagoas em desmatamento

O governo brasileiro anuncia nesta quarta-feira os números oficiais do desmatamento na Amazônia. Entidades ambientalistas que tiveram acesso aos dados afirmam que o total desmatado entre julho de 2002 e julho de 2003 estabelecerá o novo recorde da década de 90, devendo atingir 26 mil quilômetros quadrados desmatados – área um pouco menor que a do Estado de Alagoas, que tem 29 mil quilômetros quadrados.

O levantamento abrange o final do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio, que será feito no Itamaraty, deve ter repercussão mundial e exigirá ações concretas e urgentes do Grupo Interministerial Contra o Desmatamento e do Plano Amazônia Sustentável, proposto pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

O Plano contra o Desmatamento da Amazônia, desenvolvido pelo Grupo Interministerial e lançado pelo governo na semana passada, envolve doze ministérios e deverá trabalhar temas como fiscalização das áreas florestais, licenciamento de corte de madeira, crédito rural e ordenamento territorial, entre outros. A atuação conjunta dos ministérios, avalia Marina Silva, é uma forma mais ampla de combate ao desmatamento, somando orçamento e capacidades técnicas, e irá reforçar a fiscalização do Ibama na Amazônia.

Fiscalização – Outro ponto positivo será a cooperação do Ibama com os ministérios da Defesa e da Justiça, que possibilitará o deslocamento das equipes de fiscalização em helicópteros do Exército com capacidade três vezes maior que em helicópteros comuns.

As equipes contarão com apoio de agentes da Polícia Federal e de soldados do Exército, e as investigações terão como prioridades o respeito à integridade das áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas) e o cumprimento das exigências da reserva legal e das áreas de preservação permanente nas propriedades privadas.

Durante a III Conferência da Amazônia, realizada de 2 a 4 de abril em Porto Velho e prestigiada por cinco ministros, várias autoridades estaduais e municipais da região e o conjunto de movimentos sociais e ambientalistas da Amazônia, o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) afirmou que está em andamento “o maior cadastramento de terras já visto no país”.

A medida deve ser uma resposta à pressão de grandes proprietários da região pela ampliação do desmatamento, que se chocam frontalmente com as propostas de desenvolvimento sustentável de pequenos produtores familiares, como pescadores, seringueiros, povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, agricultores familiares etc. As informações são da Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico).

Este texto foi escrito por: Webventure