11.01.2000 . Mantendo a tradição de rali mais perigoso do mundo, o Paris Dakar Cairo 2000 viveu momentos de tensão hoje, quando a TSO, organizadora do evento, foi informada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros francês que existem riscos de ataques à caravana do rali na sua passagem pelo Niger. Em função disso, para preservar a segurança dos participantes, a TSO cancelou todas as 4 etapas que seriam realizadas em Niger e o rali recomeçará dia 17, na Líbia. A caravana, que chegou hoje a Niamey, capital de Niger, está toda concentrada no aeroporto, com esquema de segurança máxima.
Cerca de 14 aviões farão o transfer das 1.700 pessoas para Alwyg (Líbia). A organização fará um briefing esta noite com todos os participantes dando mais detalhes sobre a transferência dos veículos.
Hoje, durante a 6a. etapa, primeira das especiais realmente longas – corrida entre Ouagadougou e Niamey, num total de 683 km, sendo 515 de especial -, a equipe Hollywood Troller teve seu melhor desempenho. As quatro duplas ganharam várias posições. A melhor do dia foi Cacá Clauset/Amyr Klink, que depois de largar em 70ºlugar, concluiu em 49o. na geral da etapa; Arnoldo Jr/Galdino Gabriel largaram em 62 e concluíram em 54; Reinaldo Varella/Alberto Fadigatti largaram em 75º e terminaram em 62; e Roberto Macedo/Marcos Ermírio de Moraes também tiveram um excepcional desempenho, largando em 93 e concluindo em 73º a etapa. Essa performance é um indicativo de que com a chegada dos terrenos arenosos, os jipes Troller irão surpreender ainda mais.
O perfil das pistas mudou, deixando as florestas e entrando no Sahel, onde o piso vai se desintegrando, afinando, ficando mais leve e se transformando cada vez mais em areia, condição bastante íntima para os Troller. Começamos a chegar perto das zonas desérticas. A média da velocidade caiu um pouco, aliviando o desespero dos carros mais lentos em velocidade de ponta. Começa a mostrar também um novo equilíbrio de forças.
Nos carros, a dupla Carlos Sousa/J.M.Luz foi a mais rápida do dia, tornando-se a primeira a vencer duas etapas na presente edição do ‘Dakar’.
O Niger
A República do Niger, empresta seu nome do Rip Niger que atravessa a parte sudoeste do País. O nome Niger, por sua vez, deriva da frase Tuareg (na sua língua Tamashek) “gher n-gheren” que significa “rio entre os rios”. O Niger fica em uma das regiões mais quentes do planeta e tem a sua vida literalmente dependente dos ciclos das chuvas. De origem agriculturista a sua população mantém forte comportamento nômade representado pelos Tuaregs (criadores de cabras, ovelhas e dromedários) e pelos Peuls criadores de gado. A maioria da população é islâmica e a língua Hausa falada ou entendida em grande parte do país possui uma abundante literatura que já é publicada em caracteres latinos. A economia é baseada na agricultura e na exploração das minas de sal. Mas o Niger é também um dos maiores produtores mundiais de urânio.
As comidas
Os cereais são a base da alimentação do país e contribuem com 80% da fonte calórica. Um cozido de sorgo com leite e temperos ou açúcar é consumido principalmente durante o dia. À noite chega a hora de acrescentar folhas verdes e legumes à pasta de sorgo. Mas é preciso muita atenção porque, dependendo das etnias, da religião ou do sexo, certos alimentos são interditados. Nada que afete os viajantes que, cada vez mais, nos grandes centros já presenciam a globalização da culinária, como em todo o resto do mundo. Croissants e pizzas já não são mais privilégio de ninguém.
Este texto foi escrito por: Meg Cotrim
Last modified: fevereiro 21, 2017
