Amyr Klink apresenta o Paratii 2 (foto: Marcio Rodrigues)
Amyr Klink apresentou o veleiro polar Paratii 2 ontem a tarde no Pier 26 / Guarujá. Ele planeja partir no próximo domingo (27/1) para a Antártica, onde realizará a primeira experiência navegável no Mar de Belingshausen. “Uma região ainda não cartografada”, ressalta o velejador, que desta vez terá a companhia de três tripulantes: Crespo, Marcão e Zezinho.
“O Paratii 2 está pronto para ir ao fim do mundo”, diz Klink. “Não existem muitos barcos como este no mundo. A fonte inspiradora foi a Antártica, do Peter Blake, depois batizado de Seamaster. Gostei do projeto e principalmente de seus erros. Conversei com os projetistas franceses do escritório Bouvet & Petit e eles toparam fazer o Paratii 2”.
O barco tem três anos completos de autonomia. Pode ir a qualquer lugar no mundo. “Não quero detalhar a rota, mas faremos uma navegação de respeito. Vamos ao mar de Belingshausen, ao sul do círculo polar. Será a primeira experiência navegável no Pack. A partida deve ser neste domingo”, completa.
Quando o assunto é medo e dificuldade, o velejador rebate: “Tenho medo de enfrentar mar grosso sim. Mas temos experiência e competência para vencer os desafios. Frio a gente resolve com roupa, mau tempo a gente resolve com estratégia… o mais complicado é montar o projeto e viabilizá-lo. Isso nós já conseguimos”.
O combustível do barco – O Paratii 2 volta da Antártica em maio e depois retorna ao continente gelado. No fim deste ano, o barco zarpa rumo à China, passando pelo Ártico. Corro o risco de passar um ou dois anos preso no gelo e é melhor estar preparado para isso. Portanto combustível é vida. Sem ele não há água, não há energia, não há comunicação e não há calor, completa Amyr, que não tem parado um minuto sequer de arrumar os últimos preparativos para a viagem.
A Petrobrás desenvolveu um óleo diesel 40% menos poluente para ser usado pelo Paratii 2. O diesel não congela em baixas temperaturas e pode ser estocado por três anos sem perder as características. O produto será comercializado em 2005. Klink leva no barco 31 mil litros do combustível para ser usado nos motores, no aquecimento e no gerador de energia.
“Namoramos junto ao Amyr desde 1995 e trabalhamos efetivamente na Viagem à China há três anos. Nosso objetivo é fazer com que Amyr não pense em diesel e lubrificante, só em ventos e ondas. Mas que, por favor, não se esqueça de coletar as amostras dos óleos”, disse Ricardo Pinto, consultor técnico da área de combustível do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes).
A expedição à Antártica é a primeira fase da Viagem à China, parte do projeto Petrobrás Global, que tem previsão de durar três anos.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 24, 2002