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Análise: Palmeirinha dá as primeiras impressões do Rally dos Sertões 2008


À esq Palmeirinha antes do Rally do Marrocos no ano passado. À dir Filipe Palmeiro (foto: Divulgação/ X Raid)

A cada ano, o Rally dos Sertões traz novidades, inovações e novos personagens para compor o maior rali cross-country das Américas. Esse ano a grande novidade foi a participação do evento como etapa do mundial de cross-country da FIA. Assim, abriram-se as portas para as equipes estrangeiras, como a Volkswagen Motosport, a primeira estrangeira de fábrica a participar do Sertões.

Porém, se na 16a edição do rali o brilho está na categoria Carros, não deixa de ser no mínimo estranho, desconfortável, até para quem acompanha todos estes anos, a ausência de grandes pilotos como Guilherme Spinelli, Ingo Hoffman e, claro, Paulo Nobre, o Palmeirinha.

Com sete participações no Rally dos Sertões, Palmeirinha não está competindo este ano. Com dor no coração, o piloto e vice-presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, ficou na mão da equipe a 3 semanas antes do evento e não tinha carro competitivo para correr. Esse seria o terceiro ano dele na equipe de origem alemã X Raid, em que sem que corria com uma BMW X3 CC.

“Mesmo que eu conseguisse apoio técnico de última hora para fazer o Sertões, minha L 200 Evolution está dois anos defasada porque eu não investi mais nela desde que corro com o esquema de competição da X Raid”, explicou o piloto.

Mesmo não sendo uma tarefa fácil para o super competitivo Palmeirinha, o pilotou concordou em falar com o Webventure e fazer uma análise da categoria carros no Rally dos Sertões. Veja a seguir trechos da entrevista e ouça os áudios com a reflexão do piloto.

Eu não acredito que não estou lá…
“Cada vez que eu penso fico um pouco triste, frustrado, porque eu já não ia mesmo (pro rali) então não estava acompanhando muito. Eu não acredito que eu não estou lá. Eu acho que meu carro com dois anos de atraso andaria entre os 10 primeiros da prova, mas não tem como saber. Eu só sei que jamais conseguiria disputar no pau a pau com o Jean (Azevedo). Acho que ele está fazendo uma prova fantástica e tem totais condições de ganhar como equipe brasileira.

Carros competitivos
“Para o Brasil, a Pajero Full da equipe Petrobras Lubrax é um carro competitivo. Acredito que se o Maurício (Neves) e o (Felipe) Bibas não tivessem quebrado no início do rali, acho que dariam trabalho. O Maurício botou muita fé neste carro novo que ele preparou para correr na categoria FIA, ou seja, poderia estar andando na frente da Pajero lá de fora. O carro do Jean é muito forte, que agüenta muita pancada, mas não é um carro “super pegador”. Jamais a Pajero competiria em hipótese alguma com os Touareg, com os carros Mitsubishi da Rally Art, com os carros BMW ou mesmo com o Nissan do (Krzysztof) Holowczycrali. Mas aqui para o Brasil é um carro bem forte, que não deve ter tanto problema de quebrar e não é fraco.

Jean Peterhansel
“Eu estou impressionado com a evolução do Jean, que era o piloto “top top top” nas motos, e de uma certa maneira, faço um paralelo a grosso modo com (Stefan) Peterhansel, que também foi o melhor das motos e depois já veio de cara com o sucesso. Não tenho dúvidas que o Jean será um grande representante brasileiro nos ralis que ele participar porque ele carrega toda a experiência e audácia do piloto de motos. Eu vejo que o piloto de moto é o próprio pára-choque de tudo, e quando ele cai se quebra inteiro. Imagine dentro do carro o que ele não fará. Estou feliz de ver aqui que o Jean está andando muito bem.

Comendo por fora e saudades
“Estou vendo também que o (Reinaldo) Varela, o velho “Dick Vigarista” (nota do autor: personagem de desenho animado) não é fraco não; está sempre lá, mordendo a ponta, e com um Mitsubishi L200 RS, um carro mais fraco que outros. O (João) Franciosi, que foi uma grata surpresa há quatro anos atrás, hoje é uma realidade. Uma meia dúzia de brasileiros muito bons está correndo, mas senti falta da Mitsbuishi do Brasil, que é uma marca registrada. Rali sem o Guiga (Guilherme Spinelli) é estranho, o próprio Ingo (Hoffmann) também, que já tem a cara do rali cross-country.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani