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André Azevedo está preocupado com minas no percurso


o caminhão de André Azevedo (foto: Maindru/ Divulgação)

O piloto de caminhão André Azevedo fala sobre a passagem pela fronteira do Marrocos, que acontece na próxima madrugada, e do risco de bombas, que já fizeram suas vitimas em edições passadas da prova.

Hoje é dia 4 de janeiro e vamos de Ouarzazate para Tan Tan. Ainda estamos no Marrocos, agora quase rumo leste, para ir a uma cidade quase na praia, no Atlântico. Tem a Tan Tan Plaje, que fica 15 quilômetros de distância do nosso ponto final de hoje. É um altiplano que a gente fica.

Será um dia ruim para nós, com 187 quilômetros de deslocamento, mais 350 de especial, com 282 quilômetros para Tan Tan. É um dos dias mais longos do rali, são 819 quilômetros no total do dia. Encontraremos um pouco mais de deserto com areia, sem muita dificuldade. Teremos que passar por muitos “oeds”, os rios secos. O navegador terá que ter muita atenção para não se perder no caminho.

Mas o que mais me preocupa é o descanso de noite, porque é uma etapa de 819 quilômetros, na qual vamos largar de madrugada no dia seguinte para atravessar a fronteira do Marrocos, onde tem sérios problemas de minas. Já tiveram acidentes com pessoas da prova que estavam passando e pegaram minas. Em 1995 um caminhão se perdeu um pouquinho da rota e passou por cima de uma mina que não foi detectada pelo pessoal da OTAN ou da ONU, que ficam lá para guardar as brigas entre terroristas e diferentes facções. O caminhão pegou fogo e o motorista não conseguiu sair a tempo, morreu carbonizado nas chamas dessa explosão.

São lembranças tristes que temos dessa região. Mas passamos outras vezes por lá e não aconteceu nada. É uma atenção a mais, porque nunca dá pra garantir que tiraram todas as minas do caminho. E não pode se perder da rota e seguir a planilha que a gente recebe da organização.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure