Andre Azevedo na direção e seus dois companheiros de equipe (foto: David Santos Jr)
Completando sua 25ª participação no Rally Dakar, André Azevedo terminou a competição como o melhor brasileiro, levando o 8º lugar na categoria geral dos caminhões. Ele pilotou ao lado do navegador Maykel Justo e do mecânico tcheco Mira Martinec. Foi uma satisfação grande porque, dos 74 caminhões que largaram, 60 conseguiram completar e eu fiquei em oitavo. Foi uma conquista por todas as dificuldades que fui tendo pelo percurso, afirmou.
A experiência de André foi fundamental para o resultado final, mas a precisão do navegador Maykel também desempenhou um papel importante. Quando questionado sobre a conquista do segundo lugar na 13ª etapa, o piloto conta que foi graças à boa navegação do Maykel, além da experiência de andar pelo deserto da Mauritânia.
Segundo André, as dunas do Peru eram semelhantes àquelas encontradas no leste da África, por onde o rali passou em 19 edições. Muitos dos pilotos atuais não têm experiência no Dakar africano, e estavam enfrentando aquele tipo de dificuldade pela primeira vez, enquanto eu já tinha passado por algo bem semelhante.
O piloto de caminhão já esperava que as corridas no Peru fossem as mais difíceis, conforme foi adiantado pelo Webventure (leia aqui e aqui). Eu tive confirmação de que as últimas etapas eram as mais temerárias. Em 25 anos, foi a primeira vez que havia um helicóptero da prova indicando a direção certa, porque o mapa indicava um caminho diferente. E as dunas foram bem complicadas. Em algumas eu tive de parar, dar ré, analisar qual o melhor percurso. Parar significa perder tempo, mas aí é preciso manter a calma, e o Maykel me ajuda muito nisso, contou ele no retorno ao Brasil.
Segundo o navegador, sua função foi mais valorizada esse ano. Como um erro de navegação pode definir a derrota em uma etapa, eles estão dificultando cada vez mais, para que o bom profissional seja valorizado, disse Maykel. Nós chegamos a ganhar quatro posições só com a navegação, gabou-se.
Time. Irmão de André e companheiro na equipe Petrobras Lubrax, o piloto de carro Jean Azevedo teve um desempenho regular, terminando em 23º. Segundo ele, depois da penalidade de 5 horas por causa do atraso na 10º etapa (leia aqui), a prova acabou virando um treino de luxo, por que não era mais possível cumprir nosso objetivo. Fomos muito prejudicados pelo erro de outro piloto, que não ligou o alerta do carro quando estava parado. A equipe foi uma das poucas que tiveram todos os membros completando a competição
Apesar do resultado, o piloto ficou satisfeito com sua estreia na picape Nissan Frontier. Fechamos o orçamento em outubro, em cima da hora, e só conhecemos o carro na corrida. Como ele tem uma suspensão mais rígida, mostrou um bom desempenho nas dunas e em estradas planas, mas sofreu bastante em terrenos muito irregulares.
O único motociclista da equipe Petrobas Lubrax e estreante no Dakar, Denisio do Nascimento, contou que teve um grande aprendizado: seria impossível participar de uma prova desse nível sozinho, eu devo muito à equipe.
Eu achava que o nível de dificuldade era exagerado quando os mais experientes me falavam, mas foi até pior. O Dakar tem muitas armadilhas, especialmente para motos. A impressão é de que eles fazem a prova para que agente abandone. Parece que é para ver o quanto aguentamos sofrer, disse o piloto.
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Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi