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André Mirsky: Rio de Janeiro cada vez mais longe

Redação Webventure/ Vela

Nossos heróis que a cerca de 18 dias deixaram para trás a Nova Zelândia parecem estar cada vez mais longe do Rio, não pela distancia, mas sim pelo vento tradicional da região, ou melhor, pela ausência dele.

Há cinco dias atrás, antes de contornarem o Cabo Horn, essas maquinas andavam constantemente mais que 500 milhas em 24 horas, se essa média continuasse nos dias de hoje, poderíamos esperar os V70 nas próximas 36 horas, isso é: noite de quarta para quinta-feira. Mas não teria graça se fosse simples assim não é mesmo? Nós aqui de terra queremos ver muito “pitstops”, ultrapassagens, duelos táticos pela melhora rajada de vento. E o pior, o que seria dos “ bolões” de aposta que os amigos fazem nos clubes tentando adivinhar a tão esperada chegada dos barcos na cidade maravilhosa…

O meu palpite? Vai para a madrugada de sábado até à tarde de sábado quando todos os cinco barcos que estão juntos cheguem em terra. O que seria ótimo, uma chegada no final de semana poderá proporcionar uma comemoração muito maior e com um grande número de expectadores.

Uma pequena analise – Os navegadores e comandantes estão num ponto da perna que assumir qualquer risco significaria por muita coisa a perder, afinal eles já navegaram mais de 5000 milhas e continuam juntos, como se numa regata inport estivessem. Agora, próximo ao fim, um bordo mais arriscado não faria sentido, pois em poucos dias eles estarão na costa carioca onde TUDO(!!) pode acontecer.

A flotilha atualmente está contornando uma zona de alta pressão, onde a idéia básica é estar o mais próximo possível da mesma a fim de pegar o melhor ângulo de vento, porém não tão perto do centro desta zona de alta, pois calmarias são comuns. Com todo esse risco meteorológico, mais um motivo para os barcos andarem juntos; o risco de ficar sem vento é alto indo pouco mais para leste, enquanto seguir muito a Oeste(rumando a terra) pode significar o conservadorismo dos derrotados.

Vejo o ABN AMRO 1 andando muito bem, mesmo com os ventos na casa dos dez nós, ao contrario do que acontecia antes, ele tem se mostrado muito consistente nessas condições e forte candidato à vitória.

Merece destaque Torbem Grael, no comando do Brasil 1, que ainda em Wellington, falava de coração que nada andiantaria seus conhecimentos locais na chegada ao Brasil já que os V70 estariam muito longe da costa onde normalmente não há qualquer regata local. Verdade, mas ele não esperava que a flotilha estivesse tão embolada a poucos dias do Rio de Janeiro.

Tenho certeza que se os barcos “estacionarem” em frente à entrada da baia de Guanabara, sem vento, Torbem irá tirar um dos seus tradicionais coelhos da cartola e poderá surpreender algum barco ou a nós mesmos.

O Protesto – Após tudo que aconteceu com o Movistar, o sindicato retirou o protesto que tinha feito contra os Piratas do Caribe e o ABN AMRO II, assim sendo, não teremos tapetão no Rio. Parabéns, Movistar, espero que agora, sem maiores problemas, vocês cheguem o quanto antes a nossa cidade para fazer parte da grande festa que estamos preparando.

Sejam todos bem-vindos!

Até lá
Andre

Este texto foi escrito por: André Mirsky, do Team ABN Amro

Last modified: março 7, 2006

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