Osvaldo pedala. Dupla percorreu 165 km até o Chile. (foto: Arquivo pessoal)
O alpinista Vítor Negrete se prepara para escalar novamente o Aconcágua pela via Glaciar dos Polacos. Nessa fase, escreve direto da Argentina e do Chile, com exclusividade para o Webventure.
Direto do Chile – Deixamos a caminhonete D-10 na entrada Horcones do parque Provincial do Aconcágua, no dia 31 de dezembro de 2002. Subimos nas bikes para percorrer os 165 km até Santiago, no Chile.
Após a entrada do parque, passamos por Las Cuevas e chegamos ao túnel. Não se pode pedalar dentro do túnel. Uma caminhonete do lado chileno veio nos buscar. Do outro lado, são 4 km até o posto de controle da fronteira e começa a descida. Embalamos e ao chegar ao posto de fronteira roletei – atravessei em alta velocidade – a cancela pela contra mão e dei um salto para dentro.
Com minha habilidade nata de fazer amigos, em especial, policiais, deixei os caras loucos. Um deles me parou e, em resumo, falou que eu poderia passar o Ano Novo na cadeia. Boa entrada no Chile! No fim deu tudo certo e despencamos pelos Caracoles, a estrada animal que desce pelas montanhas pelo lado chileno. As curvas têm 180 graus.
Caminho até Los Andes – Os caminhões e ônibus reduzem a velocidade e a diversão é ultrapassar todos eles sem sair voando nas curvas. O caminho até Los Andes – primeira cidade do lado chileno – é uma descida de 70 km. O vento estava forte e contra, mas fizemos este primeiro trecho em duas horas e meia.
Depois de Los Andes passamos por outro túnel, no mesmo esquema, uma caminhonete da empresa que administra a estrada nos levou para o outro lado. Antes do túnel o Osvaldo tomou uma bebida nacional, mote com huesillos, pêssegos secos inteiros em suco com trigo no fundo – muito bom!
Vento contra, grudei no vácuo do Osvaldo, que estava com pneus slick – sem ranhuras – e rasgamos até Santiago. Acho que chegamos por volta das oito da noite – nove horas de bike, com algumas paradinhas. Encontramos um albergue – La Casa Roja – compramos vinho e comida chinesa. Depois da janta, fomos com a galera do albergue assistir aos fogos da passagem de ano. A cidade inteira vai para a rua e, de uma torre no centro, fogos foram lançados por 25 minutos.
Este texto foi escrito por: Vitor Negrete