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Aos pés do K2, Waldemar Niclevicz e Irivan Burda iniciam expedição ao Broad Peak


Waldemar Niclevicz (foto) e Irivan Burda partem para o próximo desafio (foto: ARquivo pessoal/ Site Waldemar Niclevicz)

O montanhista Waldemar Niclevicz comenta a chegada em Paiju e o início da expedição ao Broad Peak.

Felizmente estamos entre as montanhas mais imponentes e majestosas da Terra, ou Kararorum. Ainda que ao longe já avistamos a Cadetral do Baltoro, a grande Trango, o Broad Peak e até o K2.

Após 40 km de caminhada, em dois dias, estamos agora descansando em Paiju a 3350m de altitude, um verdadeiro oásis no meio das áridas montanhas. Nossas barracas protegem do forte calor do sol sob a sombra de árvores e temos água cristalina, algo raro por aqui.

O estresse de quase 30 horas de avião, da tumultuada viagem de Islamabad até Skardu e da perigosíssima ida de jeep de Skardu até Askole (onde em 1998 tivemos um acidente com a morte do nosso cozinheiro e do seu filho), começa a dar lugar a uma incrível sensação de satisfação (veja mais sobre o início da viagem).

Lembranças – Estar novamente diante do K2, após 10 anos, me trás a certeza que todo esforço que fiz para realizar o grande sonho esperado valeu. Jamais uma montanha me deixou tão fascinado, jamais uma montanha me exigiu tanto e me deu tanto em troca.

Temos ainda 80 km pela frente que devemos superar em mais quatro dias. É a parte mais difícil da caminhada de aproximação, pois vamos caminhar sobre o glaciar Baltoro, pelo início vai estar encoberto com muitas pedras soltas e que depois tem suas gretas escondidas pelo excesso de neve dessa temporada. Em compensação, cada dia será mais impressionante devido à imponência das montanhas. O tempo melhorou, temos sol forte pela manhã, embora à tarde as nuvens tem trazido alguns chuviscos.

Está pegando carona com a gente o argentino Máximo Kausch, ele morou no Brasil por nove anos e vai enfrentar o Hidden Peak e o Gasherbrum 2 com uma equipe inglesa que já está no acampamento-base.

Espero mandar a próxima atualização diretamente do acampamento-base; Insha Alá!

Este texto foi escrito por: Waldemar Niclevicz