Apesar dos protestos de ambientalistas, o Brasil não deve mudar sua posição contrária sobre a proposta de aumento à proteção ao mogno, que deverá ser votada nesta quarta-feira (13/11) no encontro internacional Cites (Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas pela exploração predatória e o intenso comércio internacional), no Chile. Ontem, o Greenpeace realizou uma manifestação autorizada no lago do Palácio do Itamaraty. No protesto, dentro do lago, usaram botes infláveis.
A proposta de inclusão do mogno no Anexo II da Cites foi feita pela Nicarágua e Guatemala, e tem o apoio em bloco dos países da União Européia e da América Central, além do próprio Secretariado da Cites. Nela, importadores e exportadores têm de se responsabilizar pela origem da madeira.
O Greenpeace (www.greenpeace.org.br) pediu ao Ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que instrua a delegação brasileira, liderada pela diplomata Mitzi Gurgel Valente, a seguir a recomendação da equipe de transição do governo Lula em favor do Anexo II e a cumprir a palavra empenhada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de proteção à essa espécie.
“Coisas diferentes” – Na última sexta-feira (08/11), o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, divulgou uma nota na qual anunciou que o governo defenderá a prorrogação do mandato de um grupo de trabalho formado pelos países produtores (como Brasil, Bolívia e Peru) para avaliar o estado do mogno.
Segundo o Itamaraty, no entanto, isso não deverá influir na posição brasileira na Cites. “São coisas diferentes”, disse a diplomata Midzi Valente ao jornal Folha de São Paulo.
O Brasil teme que a inclusão seja usada por países desenvolvidos como barreira não-tarifária ao mogno brasileiro e quer que a espécie permaneça no apêndice 3, categoria na qual só o exportador exerce o controle.
Este texto foi escrito por: Webventure